Cinco finalistas de Direito na FDUP revelam-nos o que viveram durante o curso e o que guardam para futuro.
Mais diferente não poderia ser o legado da FDUP aos olhos de Ana Arantes, Rita Resende, Lucas Noronha, Bárbara Messias e Maria João Resende.
Nem todos escolheram o curso por convicção. Nem todos consideram o percurso positivo. Nem todos sabem ainda aquilo que pretendem do futuro. O certo é que todos se encontram na iminência de um virar de página tão emocionante quão desafiante.
Voltemos, porém, onde tudo começou…
Qual o balanço do curso?
Ana Arantes recorda-se vivamente do que para ela significou a entrada num mundo universitário bem longe da sua zona de conforto: «Quando cheguei à FDUP senti-me totalmente desamparada. Vim para cá sem conhecer ninguém, sem conhecer a cidade, sem nunca ter visto a faculdade, nada. Todos os dias chorava no comboio enquanto pensava se o que fazia era o correto, se todo aquele esforço seria ou não em vão». O próprio decorrer do curso não facilitou, segundo Ana, a adaptação à nova realidade, à qual se juntava inevitavelmente o famoso «peso» dos conteúdos: «as minhas expectativas foram um pouco frustradas» - admite, explicando: «Mesmo sabendo que a lecionação do curso seria muito teórica, guardei sempre em mim uma esperança de ver uma vertente prática mais interessante, uma expectativa de ter professores entusiasmantes e que nos fizessem apaixonar pelo curso, pela área – não aconteceu». Na verdade, Ana sentiu que os professores cativantes não superaram nem superam aqueles que desmotivam. A este propósito aponta questões como os padrões de «limites máximos das notas» e a certa «prepotência» com que alguns professores se dirigem aos alunos. «Não foi a FDUP que eu queria ou que eu esperava» - assim conclui a finalista com uma nota de desilusão.
Uma perspetiva bem diferente é a de Rita Resende, que nos revela que a FDUP «não só correspondeu como até ultrapassou [as suas expectativas]». «Tem sido um curso exigente, mas estimulante, dá-nos novas perspetivas e abre-nos várias portas para o futuro.» - acrescenta. «Muitas vezes temos a ideia de que o curso de Direito tem uma base muito teórica, mas penso que a nossa Faculdade se esforça para nos oferecer uma preparação forte para a realidade.» Não obstante, Rita assinala a dificuldade de ajustamento, comum a muitos caloiros: «Diria que no início, talvez, tenha sido difícil encontrar um plano de estudo e de organização adequado para a densidade de matéria que temos de estudar para todas as unidades curriculares».
Em sintonia com Rita, encontra-se Maria João Resende, para quem a licenciatura não correspondeu ao que esperava, «e ainda bem»: «Conseguiu superar as minhas expectativas, principalmente no sentido em que fui realisticamente dotada de ferramentas que me permitem, aos poucos e poucos, criar pequenas correntes de mudança começando pelos meios que me envolvem.». Neste sentido, Maria recorda a grande ambição que a moveu para a FDUP em primeiro lugar: «Sempre tive um sentido de justiça bastante presente na minha vida e desde cedo soube que o meu caminho era o do Direito. Ainda assim, não podia estar mais enganada quando, ao ter sido colocada neste curso e nesta instituição, achei que estava mais próxima de conseguir salvar o mundo. Ao longo deste percurso percebi, naturalmente, que isso não ia acontecer.» - conclui, não deixando de ressalvar o papel da licenciatura no modo como hoje olha para o lado prático da mudança: «Se queremos realmente ser impulsionadores da mudança não podemos apenas olhar para a bigger picture – como sabemos, o Direito está presente até nas coisas mais triviais do nosso quotidiano».
Já Bárbara Messias assume que chegou ao curso «um tanto à deriva» e que, por isso, não tinha «expectativas intangíveis». Contudo, admite um lado positivo da experiência na licenciatura: «ao longo do curso encontramos professores ótimos e extremamente disponíveis. Outros que serão um maior desafio, mas que na verdade também nos ensinam indiretamente a ser mais autónomos no estudo. Aprender a estudar é fundamental». Apesar de reconhecer a sua importância, Bárbara não sentiu que a matéria fosse «aliciante» e explica: «Direito é um curso muito clássico, isto é, as ideias aqui veiculadas por vezes, não correspondem totalmente ao avanço social atual.». Consequentemente, Bárbara parece olhar para o curso como quem «vê de fora», assumindo, ainda assim, a necessidade dos «futuros juristas, pelo menos alguns de nós» contribuírem «para a eventual evolução do Direito». E acrescenta: «A faculdade é a altura ideal para entrar parcialmente no mundo “real” e perceber quais as fraquezas e as oportunidades do universo jurídico».
Num polo intermédio, encontramos Lucas Noronha, para quem as expectativas se «foram (…) construindo»: «não vim com grandes preconceitos», admite realçando a finalização do mesmo curso pelo irmão cinco ou seis anos antes. Lucas guardava apenas a esperança de reconhecer a «importância e o valor do Direito» e encontrar professores dispostos a partilharem-na. «Posso dizer que essas esperanças não foram frustradas, ainda que só assim seja porque me afastava deliberadamente das salas de aula e dos ambientes em que sabia que elas o seriam, e porque ainda li sozinho alguns, bastantes livros na biblioteca!». «Há graves deficiências no que toca à consciência/ responsabilidade inerente à missão de ensinar e ser professor por parte de vários docentes da FDUP», explica, apontando a contribuição destes comportamentos para uma infeliz «formatação» e «acriticidade» dos alunos.
E as melhores memórias?
Ana Arantes, tal como a generalidade dos entrevistados, destaca essencialmente as pessoas: «As pessoas que estão comigo desde o início, as pessoas que surgiram durante e, ainda, as pessoas que caíram na minha vida agora no final deste tão longo percurso», refere, apontando os momentos altos: «Destacam-se os jantares, os passeios pelo Porto, os cafés e restaurantes que fomos conhecendo, as festas que fomos fazendo. Ficam as idas ao barco e as galas. Ficam os abraços e os sorrisos, acima de tudo, isso».
Bárbara Messias reafirma: «Claro que o calor humano e dos amigos é que mais me marca neste percurso». «Destaco como particularmente felizes, a criação do FEMfdup, terças-feiras de Cineclube, positivas-milagre, o ambiente de entreajuda da Faculdade em geral, beijinhos do Senhor Alberto pré-pandemia e mais umas outras tantas memórias cuja partilha seria polémica» - admite, cómica.
Já Rita Resende realça «a primeira serenata e o primeiro cortejo, por todo o significado que isso envolve». «Senti que foi o pontapé de partida académico junto dos meus melhores amigos e guardo isso com muito carinho».
Imbuída de alguma indecisão, Maria João Resende acaba por eleger o período passado no estrangeiro, no âmbito do programa Erasmus+: «Ter ido viver quatro meses para a capital da Hungria, dividir casa com pessoas de várias nacionalidades, viajar e conhecer novos métodos de ensino e formas de ver o Direito – tudo isto me acrescentou muito e me enriqueceu com algo que não conseguiria nunca encontrar aqui, na zona de conforto». Maria ficou tão bem impressionada com a experiência, que costuma realçar a quem a questiona sobre o assunto a profunda transformação que essa «aventura» proporcionou: “queria descobrir um mundo de oportunidades, mas acabei a descobrir-me a mim – como nunca antes me tinha conhecido”.
Lucas Noronha, por sua vez, guarda recordações bem diversificadas: «As memórias são de muito estudo, alegria e satisfação de ver o meu trabalho reconhecido, são de mil tardes e noites a brincar com os meus amigos, tal e qual as crianças que deixamos e cuidamos em nós (…)». Junta às «melhores experiências», os projetos paralelos em que tomou parte fora do âmbito da faculdade, relembrando iniciativas como a organização de «debates, sessões de cinema, (…) voluntariado social com sem-abrigo», escrita de poemas que guardava para os mostrar «no café/ sala de estar do nosso grupo». Apesar do envolvimento nestas e noutras atividades, assinala que, «curiosamente», o Direito e a FDUP continuaram a «fazer sentido». Termina as suas memórias com um desabafo um tanto poético, próprio de alguém a quem a Faculdade trouxe «grandes amigos» e grandes vivências: «tantas vezes que eu soube, depois de horas na biblioteca e consequente passo apressado para casa deles [amigos] (…) para onde quer que eles estivessem, que isto não ia acabar».
Será Direito um curso com espaço para atividades extracurriculares?
Já vimos que, para Lucas Noronha, o envolvimento em atividades fora dos muros da FDUP foi e é fundamental. Isto, porque Lucas nunca viu o curso como uma prioridade em relação a tudo o resto: «O Direito e a FDUP são constantes, esferas que sempre lá estiveram e que (…) nunca tiveram um lugar residual (…) ou de exceção em relação ao resto a que dediquei e dedico energia.». Neste sentido, destaca alguns desses projetos extracurriculares que se vêm juntar àqueles que conta entre as suas melhores memórias: «frequentei um curso de pintura na FBAUP, tentei fazer francês na FLUP(…), pertencia à direção de um movimento de campos de férias, (…) participava em muitos momentos e espaços culturais da cidade. Recentemente faço parte de um movimento de hortas comunitárias e melhoramento de espaço público». O seu envolvimento social e cultural não fica por aqui. No segundo ano da Faculdade, apesar dos bons resultados, decidiu fazer um ano de pausa: «Parei o curso e trabalhei um ano como guia turístico na minha cidade, a mostrar pérolas desconhecidas da história, comida e vinho locais, regionais e nacionais a quem nisso tinha verdadeiro interesse». Voltou o ano passado, terminando este ano a licenciatura.
Rita Resende conta igualmente um grande envolvimento em atividades «extra» que julga complementarem o curso. Sempre fez trabalho social: «Antes da pandemia fazia voluntariado na ala pediátrica do Hospital de Santa Maria da Feira, durante muito tempo servi refeições na Cantina Social de Espinho, fiz uma missão humanitária na Guiné Bissau durante 1 mês, sou escuteira e muito recentemente entrei na associação Impac´tu.», revela. Rita realça, ainda, a importância destas atividades paralelas à licenciatura: «(…) o percurso da nossa vida não é nem pode ser determinado apenas pelo desenvolvimento das nossas competências académicas». «(…) toda a envolvência extracurricular contribui para o desenvolvimento da nossa personalidade, para o alargamento dos nossos horizontes e para a quebra de barreiras, oferecendo-nos ferramentas para encarar o mundo em todas as suas vertentes.».
Bárbara Messias também partilha da opinião de Rita, acrescentando a facilidade de acesso a essas atividades, nomeadamente dentro da própria FDUP: «A nossa Faculdade, apesar de ser pequenina, tem muitos grupos académicos aos quais te podes juntar. Desde o FEMfdup, ao Cineclube, ao próprio Tribuna». E sublinha o valor que lhes confere: «É na verdade, uma mais valia. Primeiro, porque o mundo do direito é muito fechado e quase uma realidade paralela. Depois, porque mais do que conhecimento teórico, um bom profissional deve ser nutrido de soft skills». Assinala, assim, os projetos em que se envolveu: «Dentro da Faculdade fiz parte do cineclube e fundei o FEMfdup, juntamente com a Mafalda [Azevedo]. Fora, ocupo o meu tempo a aprender línguas, pintar e ler».
Em oposição, Ana Arantes revela a dificuldade que sentiu em criar espaço para outras atividades: «Nos primeiros 2 anos não foi muito fácil fazê-lo, mas tentei nunca desistir. Consegui sempre manter-me nos escuteiros e no GAFDUP, e comecei a trabalhar em part-time ao fim de semana para ajudar os meus pais a pagar as despesas da faculdade.» Mal aprendeu a «organizar-se melhor», participou no ENED e passou a tomar parte em ações de voluntariado, bem como ações de cariz académico: «Atualmente, sou colaboradora da Iuris FDUP Junior, sou voluntária na VO.U. e membro da IMPAC’TU.». Ana deixa a nota: «Acredito veementemente que todas as atividades em que nos consigamos envolver nos ajudam a desenvolver o nosso “eu”, seja profissional seja pessoalmente».
Maria João Resende é talvez o maior exemplo de envolvimento no associativismo académico, tendo assumido este ano o papel de Presidente da AEFDUP. O seu envolvimento na associação de estudantes vem de há já dois anos, altura em que decidiu ingressar no Departamento de Marketing, experiência que «fomentou a minha vertente artística, servindo de válvula de escape ao curso por toda a liberdade criativa que conseguia ter». Para além disso, nos primeiros dois anos do curso, Maria ainda conseguiu manter a sua ligação ao voluntariado social: «Quando entrei na FDUP fazia já voluntariado com um grupo de jovens na cantina social da minha localidade, atividade esta onde me mantive ativa até meados do meu 2.º ano». Abraçando este ano esse grande desafio que é ser Presidente da comunidade académica na FDUP, Maria ressalva a profunda influência da AEFDUP no seu desenvolvimento: «(…) as responsabilidades [de ser presidente] são outras», nota. Porém, mantém uma certeza: «foi na Associação onde mais desenvolvi soft e hard skills, que me fizeram crescer enquanto ser humano, estudante e profissional». Maria não deixa de assinalar a importância de tudo o que é extra à licenciatura, já por si densa: «Temos de aproveitar para aprender com os excelentes profissionais desta Casa, mas não nos podemos cingir nunca à sala de aula. Não queremos chegar ao fim deste percurso apenas com um diploma na mão».
Quais as expectativas para este fecho de etapa? A pandemia arruinará todo o simbolismo associado ao último ano de curso?
A maior esperança de Rita Resende é poder vir a ter um último cortejo- o «cortejo de finalista» -, «mas não sabemos se o contexto que vivemos o vai permitir». Porém, afirma que, no final, «o mais importante seria mesmo poder partilhar e festejar o fim desta etapa com aqueles que mais gostamos».
Ana Arantes partilha desta visão: «Mesmo com todas estas condicionantes, quero acima de tudo poder ter os meus comigo», acrescentando o que se segue nesta ordem de prioridades: «Poder ter a minha última imposição de insígnias, um último cortejo, uma última serenata. Para muitos isto pode parecer uma futilidade, mas foram dos momentos mais bonitos que vivi e só isso poderia tornar este fecho de etapa real e especial.».
Bárbara Messias vê as coisas de uma perspetiva diferente: «Não sendo especialmente afeta às tradições da academia, vejo, para já, o fecho com alguma ansiedade, uma vez que não tenho um plano definido sobre o que fazer a seguir. Acho que, porém, acabar uma licenciatura, principalmente como a nossa, é sempre comovente e para mim significará também liberdade», admite.
«Especial será ir-me apercebendo a cada meta ultrapassada que o meu esforço é real e dá frutos», assinala Lucas Noronha. Partilha ainda que a pandemia não afeta aquilo a que atribui mais significado: «tudo supera as condicionantes do contexto pandémico, a vontade de me construir, de adquirir conhecimento, de ser um cidadão consciente da sua pegada (…), não há pandemia que reconfigure isso...»
Já Maria João Resende guarda alguma esperança de que certas tradições se venham a realizar: «Sempre dei muito valor a momentos simbólicos, por isso sentir-me-ia realizada, mesmo não havendo Queima das Fitas no Queimódromo, se conseguisse ter pelo menos o Cortejo ou a Monumental Serenata, de modo a partilhar com as pessoas que acompanharam esta jornada o fim de uma etapa e ter algo que, concretamente, encerrasse este ciclo». Apesar do ano atípico, Maria João realça que nunca esteve tão «orgulhosa de pertencer à FDUP», elogiando tanto a solidariedade que sente entre colegas, como a maneira como a Faculdade lidou com a pandemia: «Sinto-me segura na Faculdade». «Independentemente de este não ser o ano de finalista com o qual eu sonhei, sairei grata por tudo o que aqui vivi e por todos aqueles com quem tive oportunidade de me cruzar e que me acrescentaram algo».
Que projetos para futuro? E o impacto pandémico no mercado de trabalho?
Bárbara Messias, divergindo dos restantes entrevistados, não consegue ainda concretizar um projeto futuro: «O meu futuro, na verdade, não poderia estar mais nublado. Não sou a melhor pessoa para inspiração uma vez que não pretendo seguir Direito e se soubesse o que sei hoje, tinha saído no primeiro ano. Por isso, fujam. Estou a brincar.», desabafa, divertida. E conclui, de modo positivo, demarcando, ainda assim, a inexistência de um plano: «Não sei materialmente o quê, para já, mas mantenho-me otimista de que vou lá chegar». Sobre o impacto pandémico assume uma postura positiva: «A pandemia tem naturalmente impacto no mercado de trabalho, como aliás, já sentiram os colegas que acabaram o curso em julho. Mas, com portas a fechar de um lado, outras se abrem.». É neste contexto que aponta o teletrabalho e outras soluções como alternativas que vão mantendo a normalidade laboral, dentro do possível.
Maria João Resende já consegue delinear um percurso que a entusiasma. «Nunca me interessei propriamente pelas vias tradicionais do Direito. Nesse sentido, sempre perspetivei a minha vida profissional no estrangeiro ou, se em Portugal, em estruturas não relacionadas com nenhum ramo de Direito específico.». O seu plano passa por «tirar o mestrado na área de International and European Law e, no segundo ano do mesmo, fazer um estágio internacional em vez da tese (gostava de ter essa experiência ligada a uma embaixada ou à área da proteção de dados). Neste sentido, sinto que a pandemia me pode condicionar ao não conseguir usufruir na plenitude da experiência que iria ter – no entanto, não o vejo como um impedimento e não deixarei de o fazer por causa disso.». Não tendo historial de grandes problemas de adaptação, Maria pensa, por isso, que conseguirá encontrar o lugar certo para si – «preferencialmente algo ligado a questões humanitárias».
Também Ana Arantes partilha desta vontade de envolvimento humanitário, bem como de aspirações a trabalho internacional. Neste sentido, confessa que seguirá o caminho que já preconizava quando entrou para o curso: «Quando entrei na faculdade, entrei já com a certeza de que quereria seguir a advocacia e não outro ramo dentro do Direito. O meu sonho é seguir o mestrado de Direito Internacional e Humanitário, e durante o mesmo conseguir estagiar e fazer o exame à Ordem». «Se não der? Quero manter-me ligada ao voluntariado que tenho vindo a fazer e quero trabalhar no que for possível». «Ingressando no mestrado que tanto quero e terminando-o, um dos meus grandes sonhos passa por trabalhar numa organização internacional ou então na defesa dos refugiados e dos seus direitos na Europa».
No caso de Rita Resende, o próximo passo «é continuar a estudar e completar o mestrado. Estamos todos conscientes do impacto negativo que a pandemia trouxe para as nossas vidas, nomeadamente a nível do mercado de trabalho. As oportunidades tornaram-se mais escassas e as condições mais precárias». O seu sonho profissional seria, «sem pensar nas condicionantes, nomeadamente nas dificuldades de acesso», o de se tornar «magistrada do Ministério Público na área de Família e Menores. Acho que seria uma profissão que me realizaria muito a nível pessoal.».
Lucas Noronha, a par de Bárbara Messias, guarda alguma reserva em relação ao futuro: «Tenho muitas possibilidades e ideias de trajetos, todos muito diferentes uns dos outros». Porém, destaca aquilo que tem como certo: «o ano atual, (…) independentemente de onde desaguar será e está a ser um belo ano de empenho, luta e trabalho». No que diz respeito à profissão futura assinala: «a possibilidade que para já está mais concretizada tem a ver com educação e ser professor de ensino básico em escolas e comunidades desfavorecidas».
----------------------------------------------------------------------------------
Aproximando-se o fim de uma fase crucial das suas vidas, Ana, Rita, Bárbara, Lucas e Maria dirão, no final deste ano letivo, um adeus sentido à FDUP.
Mas, E Depois Do Adeus?
Como vimos, de pouco podem estar certos os nossos finalistas.
Não deixemos, no entanto, de fazer notar aquilo que de mais relevante podem e devem levar consigo: a certeza de que deixaram o seu marco pessoal na nossa Faculdade.
Naquele anfiteatro, naquela biblioteca, naquelas salas de estudo continuarão a ecoar durante muito tempo as suas «correntes de mudança», a sua «liberdade criativa», o seu «calor humano».
Não fosse o mundo universitário um espaço universal de diversidade, onde se vai sedimentando o contributo de cada estudante que por ali passa, e que continuará permanentemente a moldar-se em torno daqueles que nela procuram conhecimento, vivências, relações ou um simples «sorriso»...
Comments