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Foto do escritorBeatriz Froufe

A Casa Amarela

Antes da nossa mui nobre Faculdade se ter instalado definitivamente na famosa Casa Amarela na rua dos Bragas, o edifício icónico albergava a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Eventualmente, a FEUP tornou-se tão populosa que foi deslocada para o polo de Asprela e a FDUP recebeu pelo meio uma casa mesmo à sua medida.


O imóvel em causa foi construído ao longo de uma década, entre 1927 e 1937, e rapidamente se revelou insuficiente para as necessidades da Faculdade de Engenharia. Apenas no ano letivo de 1946/47 matricularam-se 650 alunos, tendo a Faculdade sido inicialmente estimada para 200 apenas. Em 2000 deu-se a saída de Engenharia, seguida de cerca de 4 anos de obras de renovação no edifício. Finalmente, a 22 de março de 2004, no dia da Universidade do Porto, a nova casa de Direito foi inaugurada, tendo-se realizado a muito ansiada mudança para as instalações definitivas da nossa Faculdade. Após estas renovações, o edifício dispõe de três anfiteatros, oito salas de aula, duas salas de exames, várias salas para os órgãos de gestão, espaços reservados a um Serviço de Relações com o Exterior e à Secretaria, trinta e seis gabinetes, uma Biblioteca que alberga quase 20 000 volumes de literatura jurídica, uma sala de informática e a Escola de Criminologia (com um laboratório e uma prisão experimental).


Atualmente, mais de 17 anos depois, o edifício mantém a sua imponência. A famosa fachada amarela continua a conquistar os corações dos alunos e a localização da Faculdade no centro da cidade é para muitos uma grande mais-valia. “Penso que a nossa Faculdade é a mais bonita de toda a Universidade do Porto, e só ganha por estar tão bem localizada mesmo à beira da baixa do Porto”, afirma Carolina, estudante de Direito.


Apesar de tudo, os estudantes da Faculdade também apontam alguns problemas. Em primeiro lugar, na maior parte das salas de aula há uma escassez óbvia de tomadas elétricas onde os alunos possam carregar os seus computadores e telemóveis. Numa altura onde cada vez mais se ouve o barulho dos teclados nas aulas, isto releva-se uma grave falha. Para além disso, como aponta Filipa, presidente da Comissão de Curso do 2º ano de Direito, “parece que existe uma necessidade premente de renovação de alguma mobília”. De facto, os longos anos de utilização fragilizaram grande parte das mesas e cadeiras disponíveis na Faculdade, sendo até bastante comum depararmo-nos com uma cadeira ou banco partido nas salas de aula. No entanto, há que reconhecer que o edifício da Faculdade não aparenta sofrer de nenhuma falha especialmente grave que necessite de obras urgentes. E, quando estas surgem, tendem a ser rapidamente resolvidas, como foi o caso de uma infiltração de água que ocorreu no ano passado durante uma época de chuvas particularmente intensa.


Todavia, se já antes da pandemia eram sentidas as menores dimensões da FDUP em comparação com a maior parte das outras Faculdades da UP, durante a mesma estas chegaram mesmo a ser um impedimento para a realização de aulas presenciais. Efetivamente, a nossa Faculdade foi das últimas a voltar ao regime de aulas completamente presencial exatamente pelo facto de não possuir salas de aula suficientes para garantir um retorno ao ensino presencial seguro e higiénico à totalidade dos seus alunos.


Concluindo, apesar do edifício ter primeiro albergado a Faculdade de Engenharia, os estudantes da FDUP não conseguem imaginar chamar Casa a mais nenhum sítio. A Casa Amarela na Rua dos Bragas respira e vive Direito e é talvez o maior símbolo da nossa Faculdade. É um edifício histórico que, apesar de mostrar alguns sinais do seu tempo, não podia representar melhor o espírito resiliente da nossa Faculdade.


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