Setembro é um conhecido mês de recomeços, uma espécie de passagem de ano antes da entrada num novo ano civil. No mundo editorial, não é diferente.
Depois do verão e das Feiras do Livro de Lisboa e Porto realizadas, desde 2020, em simultâneo, entre o final de agosto e início de setembro, as editoras preparam uma série de novidades a serem lançadas até ao final do ano.
De novas coleções de clássicos, ao novo livro de Valter Hugo Mãe, passando por um inédito de Faulkner, as livrarias portuguesas preparam-se para ficar recheadas de novas e interessantes obras.
Da Porto Editora e das suas chancelas – que incluem, entre outras, as editoras Livros do Brasil e Assírio & Alvim –, podemos contar com mais de 70 novidades até ao final de 2021.
Entre elas, a sair já em setembro, constam o livro Memórias de Francisco Pinto Balsemão, o novo livro de Miguel Sousa Tavares, Último Olhar, e o regresso de Valter Hugo Mãe, com o seu novo romance As Doenças do Brasil, que poderá ser encontrado nas livrarias a partir de dia 23 de setembro, estando o lançamento agendado para o dia 25 de setembro, na Super Bock Arena, no Porto.
Ainda dentro dos autores nacionais, podemos contar com De maneira que é claro…, de Mário de Carvalho, livro de memórias que versa sobre a infância em bairros lisboetas, a época estudantil, os encontros clandestinos e a prisão e exílio antes do 25 de abril; pela Assírio & Alvim, será publicado Mundo, de Ana Luísa Amaral, e a reedição de Dobra, de Adília Lopes.
Já na literatura internacional, poderemos contar com um inédito livro de William Faulkner, Ensaios, discursos e cartas públicas, publicado pela editora Livros do Brasil, que inclui textos escritos entre os anos 1920 e 1960, que tratam assuntos essenciais dos Estados Unidos da época, como a Guerra Fria e a questão racial. Pela mesma editora, será lançada a reedição de Flush, de Virginia Woolf.
O Grupo Penguin Random House Portugal, que inclui editoras como a Alfaguara, a Companhia das Letras e a Penguin Clássicos, prepara também uma forte rentrée.
Ainda em agosto, saiu a versão portuguesa da icónica coleção de Clássicos da Penguin, que inclui autores como Virginia Woolf, Lima Barreto e Jean-Jacques Rousseau. Já em setembro, entrou nas livrarias o novo livro de Isabel Lucas, Viagem ao País do Futuro: O Brasil pelos livros, uma viagem para literatura brasileira.
A Tinta da China editará, já em setembro, Trabalhos e Paixões de Benito Prada, de Fernando Assis Pacheco.
Do Grupo Leya, a D. Quixote publicará Um Barco para Ítaca, de Manuel Alegre poema que evoca a Odisseia de Homero e homenageia Ulisses e a sua condição de exilado; a Caminho, por sua vez, publicará um novo livro de Alexandra Lucas Coelho, Caderno Afegão, e o testemunho de Daniel Sampaio após a infeção pelo coronavírus, que o levou a estar internado durante dois meses, intitulado Covid 19 - Relato de um Sobrevivente.
Pela editora Relógio D’Água, podemos esperar novos romances de Sally Rooney – autora de Pessoas Normais, com adaptação para série de televisão pela HBO – e Rachel Cusk, poesia de Margaret Atwood e Louise Glück, autora vencedora do Prémio Nobel da Literatura em 2020, além de obras como Diários (1950-1962), de Sylvia Plath e Uma Estranha Amizade: Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, de Maria Filomena Mónica.
Do Grupo Almedina, através da Edições 70, chega O Ser e o Nada, de Jean Paul Sartre, o Porque Deixei de Falar com Brancos sobre Raça, de Reni Eddo-Lodge e o As Dificuldades do Socialismo – e Outros Escritos sobre a Liberdade, de John Stuart-Mill
A somar a tudo isto, as livrarias portuguesas receberão uma edição bilingue português e latim, com tradução de Frederico Lourenço, da obra Bucólicas, de Virgílio, com uma edição da Quetzal.
A Contraponto Editores, continuando a sua coleção de biografias de personalidades portuguesas, lança, em setembro, a biografia de Manuel António Pina, Para quê Tudo Isto?, escrita pelo autor português Álvaro Magalhães.
Além de todas estas novidades, será também interessante acompanhar a reedição das obras de Fiódor Dostoiévski pela Editorial Presença, que conta já com obras como O Eterno Marido, Gente Pobre, O Duplo, Crime e Castigo e Os Irmãos Karamázov (em 2 volumes).
Entre a literatura clássica e contemporânea, a poesia e a prosa, a ficção e a não ficção, obras nacionais e internacionais, antevê-se, assim, um excelente final de ano no que a livros diz respeito, restando apenas a velha máxima: so many books, so little time…
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