top of page
Buscar
Foto do escritorCatarina Silva

A voz dos estudantes

O Irão tem assistido a uma onda de protestos por todo o país após a morte da jovem Mahsa Amini, detida em Teerão e agredida pela polícia da moral por, alegadamente, não estar a usar corretamente o hijab. Desde então, as universidades iranianas têm sido palco dos protestos que não parecem cessar tão cedo apesar da repressão que já provocou mais de 300 mortes.

@The Guardian

Ao longo das últimas semanas, grupos destemidos de estudantes organizaram várias mobilizações. “Um estudante morre, mas não aceita a humilhação” e “Mulheres, vida, liberdade” são alguns dos gritos dos manifestantes, revoltados contra o regime fundamentalista que mata e maltrata as mulheres iranianas.


A liberdade de expressão tem sido fortemente ameaçada pelo regime, que intimida e persegue aqueles que participam nas manifestações. Fontes universitárias contam que as autoridades aumentaram a repressão com a expulsão dos estudantes das universidades e a detenção de vários jovens.


As aulas chegaram a ser suspensas na Universidade de Ciências de Teerão após violentos confrontos entre as forças de segurança e os estudantes. A rádio independente Zamaneh divulgou que um exército à paisana atacou a Universidade de Sharif. “As portas da universidade foram fechadas e todos aqueles que ficaram no interior estão completamente cercados”, relatou a rádio. Também os canais estudantis e as redes sociais têm denunciado a repressão nos campus universitários e nos dormitórios de diferentes universidades.


Os estudantes têm tido, portanto, um papel fundamental naquela que é a maior demonstração de resistência à República Islâmica alguma vez vista. As suas ações têm corrido o mundo – rapazes e raparigas queimam véus, enfrentam as autoridades e comem juntos em espaços abertos como forma de protesto contra a política de segregação de género.


Mas esta não é a primeira vez que os estudantes universitários assumem as rédeas de movimentos revolucionários. Em Portugal, por exemplo, a crise académica de 1962 foi o despoletar da oposição estudantil ao regime do Estado Novo. Posto isto, declarou-se o Dia do Estudante a 24 de março, de forma a celebrar o impacto do mesmo na luta pela Liberdade.


Ao longo da História, os estudantes foram os responsáveis por transformações políticas e sociais que marcaram o mundo. Como Stephen Murgatroyd disse “a voz dos estudantes é a estrada da mudança” e, portanto, cabe-nos a nós lutar por um futuro melhor para as gerações futuras, tomando como exemplo as ações levadas a cabo pelos jovens iranianos.


Catarina Silva

Departamento Mundo Universitário


0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page