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Como é boa a música!

  • Foto do escritor: André Mota
    André Mota
  • 2 de out.
  • 3 min de leitura

Se há coisa que, nos dias que correm, verdadeiramente nos acompanha para onde quer que vamos, é a música. A música é uma linguagem universal, falada e conhecida por todos, através da qual, por meio de diferentes ritmos, melodias e letras, conseguimos expressar sentimentos, desenvolver empatia para com os outros, fazer o corpo mexer. É um elemento essencial de um mundo tão global e interligado como aquele em que vivemos hoje e, como tal, existe um dia do ano para honrar essa autêntica força motora e apaziguadora da Humanidade: o Dia Internacional da Música


O Dia Internacional da Música celebra-se todos os anos a 1 de outubro. Segundo a informação publicada na página online do IMC – International Music Council, o primeiro Dia Internacional da Música foi organizado a 1 de outubro de 1975, de acordo com uma Resolução adotada na XV Assembleia Geral do IMC, em Lausanne, em 1973. Ao implementar o Dia Internacional da Música tinha vários objetivos em mente: promover a arte musical junto de todas as secções da sociedade; concretizar os ideais da UNESCO  de paz e amizade entre pessoas, de evolução cultural, de intercâmbio e de apreciação mútua pelos valores do belo; e promover as atividades do IMC, das suas organizações-membro internacionais e comités nacionais, bem como da sua política em geral.


Ora, como referi anteriormente, a música é uma constante que nos acompanha para onde quer que nos desloquemos. Quando acordamos de manhã e usamos como alarme uma das nossas canções favoritas que descarregamos para o nosso telemóvel, estamos a ouvir música. Quando vamos no carro de manhã, a ouvir o que passa na rádio no caminho para a Faculdade, também estamos a ouvir música. Quando estamos a passear na rua e nos deparamos com alguma alma talentosa a tocar algum instrumento na esperança de que os transeuntes fiquem encantados e lhes deem algum dinheiro, isso também é música. Até mesmo os jingles repetitivos da publicidade, que apanhamos entre os programas de televisão ou durante um vídeo no Youtube, são, eles próprios, música. 


Um dos aspetos mais fascinantes da música é, sem dúvida, a sua constante evolução. Desde o início do tempo, a arte musical nunca deixou de se desenvolver – pelo contrário, foi sendo continuamente trabalhada e esculpida, trazendo harmonias e sons cada vez mais complexos e intrigantes à mistura, que levaram ao cenário musical que temos hoje. No século XX, em particular, a música foi alvo de rápidas e sucessivas mudanças: na primeira metade, predominavam as gravações acústicas, com instrumentos a ser tocados ao vivo (e, por ser um tempo em que o suporte tecnológico utilizado era bastante limitado, aquilo que era vertido para um disco era um áudio não editado, puro, de tudo o que acontecia no estúdio); na década de 1980, com a ascensão do Pop, foram introduzidos os sintetizadores, que conferiram uma sonoridade marcadamente mais eletrónica à música e permitiram a gravação de músicas mais energéticas e eufóricas; e não esqueçamos também que, na década de 1990, foi utilizado pela primeira vez numa canção um mecanismo capaz de corrigir a mais ligeira desafinação vocal – o autotune. Essa canção foi o hit Believe”, da cantora Cher, que, apesar dos seus inquestionáveis dotes vocais, se lançou no desafio de estrear o uso desta ferramenta em qualquer gravação, para efeitos estilísticos. 


E assim chegamos ao que de mais mainstream a música tem hoje para oferecer. Mas não ficamos por aí! Viajando pelo Mundo, deparamo-nos com múltimas formas de expressão musical, dinamizadas pelos mais diversos povos. Em Portugal, por exemplo, encontramos géneros profundamente enraizados na nossa tradição, como o Fado e, mesmo, o Cante Alentejano, que foram elevados à categoria de Património Cultural e Imaterial da Humanidade em 2011 e 2014, respetivamente. Podemos também referir o Reggae, nascido na Jamaica e igualmente considerado Património Cultural e Imaterial da Humanidade (2018), assim como a Salsa, popular na América Latina, os mais variados estilos musicais que existem em África, que fazem uso forte de instrumentos de percussão, ou, se quisermos ficar por mais perto, o Flamenco, oriundo da nossa vizinha Espanha.


A diversidade musical é, deste modo, algo que nunca devemos deixar de celebrar, pois onde há música, há vida. É música aquilo que ouvimos; é a música que nos permite ser ouvidos. O uso das notas musicais para trazer alegria às pessoas e, sobretudo, para transmitir mensagens e ideias importantes é, indubitavelmente, um superpoder capaz de mudar o mundo. É por tudo isto que afirmo que a música foi, possivelmente, a melhor criação do ser humano até aos dias de hoje. Então, neste Dia Internacional da Música, deixemos que toda a canção tenha a oportunidade de ser ouvida e, mais, deixemo-nos senti-la, dizendo: “Como é boa a música!”.


André Mota

Departamento Cultural

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