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Foto do escritorCarolina Chaveiro

Dançando no Clube dos Póneis Cor-de-Rosa

Atualizado: 3 de out.

Se o verão de 2023 foi o verão das Barbies, do cor-de-rosa, do feminino incontrito, o verão de 2024 foi o verão das Brat(z) – das raparigas que usam dEmAsIaDo eyeliner, que garantem à menina que conheceram na casa de banho da discoteca que ela está linda naquele vestido, que passaram o verão a ouvir Charli xcx. Mas, tristemente finda a época balnear e uma vez retornados às salas de aulas, aproveito a deixa para desenhar uma comparação entre a harmonia com que podem e devem coexistir as Barbies e as Bratz, e a caótica justaposição que é viver a Academia.


Caros caloiros, bem-vindos à FDUP. A minha estreia nas páginas do (nosso) Tribuna é dedicada a vocês, acabadinhos de chegar e ainda por corromper. Bem sei que o vosso sistema solar girou à volta deste preciso momento, e, agora que ele chegou, caíram desamparados. Por favor, entendam que esta nova fase não está completamente desfasada daquela que foi até agora a vossa vida, mesmo para aqueles que, tal como eu, tinham um desejo incomensurável de deixar tudo para trás e recomeçar.


A verdade é que vão viver a faculdade tal como manda a entrada na maioridade – no espectro entre a total euforia (quintas-feiras académicas) e a agonia de existir (época de exames). Não há como evitar o enlouquecimento que vem associado à condição de estudante universitário, mas posso-vos dizer que a chave para a sobrevivência é querer sobreviver. 


Os momentos maus vão acontecer: aquela nota horrível, a matéria que parece simplesmente não entrar na cabeça, ou os dias em que se passa mais tempo nos jogos do New York Times do que a ouvir as aulas. O importante, mais do que a vossa disciplina (ou falta dela) a manter os apontamentos em dia, mais do que o número que aparece à frente da palavra ‘média’, é que usufruam do pouco tempo que têm para cultivar o vosso saber, os vossos valores, as vossas amizades e, acima de tudo, que sintam o prazer que dá crescer enquanto pessoa, mesmo sofrendo com as dores de crescimento, porque é isso que vos ajudará a ultrapassar as dificuldades.


Tudo isto dito, penso que não induzo ninguém a pensar que, ainda com metade do percurso “rumo à licenciatura” por completar, eu sou já uma pessoa resolvida comigo mesma. De todo! Esta estudante de 3º ano apenas pode afirmar com confiança que tem à sua frente o derradeiro caso prático:



A licenciatura está a chegar ao fim. Quid?



De momento, colher os frutos que tenho cultivado é um problema para o futuro. Até lá, continuarei a dançar neste clube dos póneis cor-de-rosa, eternamente entre a festa que é a vida e a ansiedade que dá pensar naquilo que há de ser.


Um agradecimento especial à Chappell Roan pela inspiração.

Um agradecimento ainda mais especial à Chappell Roan pela salvação da música pop.


Carolina Chaveiro

Direção

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