A chegada de um novo ano trouxe, como é habitual, uma nova época de exames. Para uns esta é uma altura de imensa pressão e medo, para outros é apenas mais um objetivo a ser cumprido. Este artigo reúne hoje uma compilação de conselhos da parte de professores e estudantes para que a segunda reação seja a mais comum (principalmente, como é óbvio, para aqueles que estão no seu primeiro ano).
Gestão de tempo
O tempo é aquele bem que só valorizamos realmente quando ficamos sem ele. É fácil sentir uma certa descontração e consequente desleixo quando um exame está bem afastado de nós, mas essa sensação, segundo os mais experientes, é apenas ilusória. Adiantar o máximo de estudo semanas antes de um exame pode ser benéfico quer para se conseguir acumular mais matéria quer para diminuir o stress sentido nas vésperas.
Ter um horário bem definido, com a ajuda de um calendário, acompanhado de um programa diário bem definido, é a recomendação mais sugerida. Não importa que tipo de horário seja (estudo maioritariamente à noite ou de manhã; duas matérias por dia ou apenas uma), desde que este seja cumprido religiosamente. É também muito importante planear bem as pausas e garantir que haja momentos de descanso adequado, já que, de qualquer maneira, todos acabamos por ter de fazer algo para além do estudo (e o melhor é que isso esteja já incluído no horário para não estragar o plano feito).
Informação
Nem tudo aquilo que é dito nas aulas sai no exame, mas tudo o que sai no exame foi dito nas aulas. Esta é uma descoberta que muitos fazem demasiado tarde. Ter um conjunto de apontamentos organizados de tudo o que foi dado pode fazer toda a diferença. Muitos estudantes são da opinião de que devem ser os nossos apontamentos o centro de todo o nosso estudo, e que a bibliografia dada, apesar de extremamente importante, deve apenas funcionar como complemento.
O uso de sebentas (um conjunto de apontamentos normalmente elaborado a cada semestre pela Comissão de Curso) é já um pouco mais controverso. Há quem defenda que são uma mais-valia devido à sua organização, ao foco naquilo que foi dado nas aulas, e não em matérias desnecessárias, e à simplicidade da linguagem. Outros defendem que o seu uso pode prejudicar bastante a nota final, por serem matérias dadas no o ano letivo anterior(e o conteúdo ensinado poder ser diferente), elaboradas muitas vezes sem verificação/correção de qualquer tipo de docente e com erros/gralhas graves.
Assim, apesar de poderem ser usadas como forma de orientação, o seu uso não se deve estender a muito mais do que isso. Bons apontamentos aliados à leitura da bibliografia obrigatória são a fórmula mais aconselhada.
O exame
No exame, existem duas informações em cada exercício essenciais para a elaboração de uma resposta: a pergunta, que me indica o que devo escrever (chocante, eu sei) e a cotação, que me indica o quanto eu devo escrever. É através destas duas informações que cada um se deve guiar para gerir o seu tempo e aplicar os seus conhecimentos. Não é necessário, apesar de também não ser prejudicial, começar pelas perguntas de maior cotação: o que é importante é gastar mais tempo nesses exercícios e não tanto nos outros (principalmente quando falamos de perguntas de desenvolvimento). Portanto, antes de iniciar um exame, convém dar uma vista de olhos no panorama geral e planear o resto do tempo.
O uso da folha de rascunho é algo pouco comum, mas muito aconselhado, nem que apenas se escrevam tópicos, de modo a tornar a resposta final menos confusa e mais organizada (para quem está a fazer o exame e para quem está a corrigir). É também importante fazer os exames dos anos anteriores, com forte atenção nos dois mais recentes (cujo conteúdo é mais próximo do atual). Os exercícios das aulas práticas são também uma mais-valia, e são muitas vezes similares aos exercícios do exame.
Com isto, em nome do Jornal Tribuna, desejo a todos boa sorte e um bom trabalho.
Francisco Simões
Departamento Mundo Universitário
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