Depois de Call Me By Your Name, André Aciman traz-nos Find Me. A narrativa continua cerca de quinze anos depois. Desta vez, não na típica zona rural do norte de Itália, mas no Mundo. Já não há nada a que possamos chamar de «casa» — à partida.
Oliver, como se podia premeditar, casou e teve filhos. Elio, por seu turno, tem levado uma vida boémia, desamparada e à procura, em qualquer pessoa ocasional, de algo ou de alguém que o preencha. Michel, um homem mais velho, foi um dos poucos que o conseguiu fazer sentir-se amado. Mas por quanto (mais) tempo?
Find Me, (in)felizmente, não é mais uma história de amor. Antes fosse. Com quatro breves segmentos — Tempo, Cadenza, Capriccio e Da Capo —, aprendemos, respetivamente, o que é viver intensamente, amar o outro, espairecer e, por fim, começar de novo. Sempre em busca de algo ou alguém. Ou à espera que nos encontrem?
Não podemos procurar incansavelmente no outro, com esperança de que um dia isso acontecerá, aquilo que se teve com um amor passado. Olhar para trás e tentar projetar esses momentos no presente, sem perspetivas de futuro, não trará a felicidade de outrora. Foram aquelas pessoas lá atrás que fizeram com que fôssemos o que hoje somos. Foi a sua história que nos trouxe até aqui.
O problema é que, tal como para Elio, depois de todas as desventuras vividas, Oliver continuará a ser a sua casa. O sexo pode ser verdadeiro ou não. A conexão pode ser duradoura ou efémera. O amor, porém, será quase sempre multifacetado e complexo. Nunca estaremos satisfeitos, saciados, preenchidos, completos. Haverá sempre algo por procurar. E achamo-lo algures nuns dos fragmentos do passado.
Encontra-me.
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