Desde pequena, sempre que pensava sobre a faculdade, tinha a certeza de uma coisa: ia de Erasmus.
No início das candidaturas, ainda muito indecisa para onde queria ir, coloquei Madrid como a minha primeira opção. O facto de Espanha estar mesmo ao lado de Portugal, e de me permitir ir e vir quando quisesse, além de poder receber visitas mais facilmente, influenciou muito a minha escolha. A par disso, a sua fascinante cultura, que sempre me encantou, bem como a facilidade da língua e, claro, as maravilhosas tapas também contribuíram para esta escolha.
Apesar de algumas dificuldades durante o processo de candidatura, nomeadamente em relação ao acolhimento na faculdade de destino, tive uma experiência espetacular! O que mais me custou foi habituar-me a uma faculdade na qual não tinha uma cara conhecida, e o método, quer de ensino, quer de avaliação, eram bastante diferentes. Mas a verdade é que não me arrependo da minha escolha pois adorei cada segundo.
Sobre a faculdade, para quem esteja a pensar fazer Erasmus em Madrid, devem ter em conta que lá não é permitido o uso de códigos e legislação em exames. A minha recomendação é escolher horários em horas que consigam comparecer às aulas (não muito cedo) para que possam acompanhar a matéria e possam tirar dúvidas sempre que quiserem.
Conhecia imensa gente que também ia viver em Madrid no mesmo semestre que eu, e sou uma felizarda pelas amizades que fiz, pelas que reencontrei e pelas que intensifiquei. Fiz mesmo amigos para a vida.
Para além disso, viver sozinha fez-me crescer imenso. Tratava da casa, da roupa e cozinhava todos os dias, o que no Porto nunca acontecia. Para dizer a verdade, nunca tinha posto uma máquina de lavar roupa a funcionar na vida. Foram tarefas fáceis, tive tempo para tudo: estudar, ser dona de casa, viajar e conviver muito.
Não posso deixar de mencionar a festa em Madrid. Tive noites muito divertidas que ficarão na memória. Há uma grande lista de discotecas muito fixes e bares mais descontraídos. Tenham atenção ao dress code e nunca se esqueçam de comprar bilhetes com antecedência! A maior parte das discotecas são grátis até certa hora. Recomendo que obtenham bilhetes dias antes do evento, eles esgotam rápido e vocês não perdem nada se acabarem por não ir, porque são gratuitos.
Durante o dia também não dá para ficar parado. Desde museus grátis, a parques para passear, a visitas a mercados, a compras de roupa em lojas lindíssimas, a rooftops para ver o pôr do sol, a restaurantes para experimentar. É impossível ficar em casa. A minha sugestão é que utilizem a aplicação the fork para obterem descontos em restaurantes. A aplicação too good to go também funciona bastante bem e é super útil caso queiram poupar dinheiro. Podem fazer atividades através do ESNucm, que é um grupo de estudantes da faculdade que se ocupa de ajudar na integração dos estudantes de Erasmus. Além disso, também se podem inscrever nas atividades de outras faculdades mesmo não sendo alunos das mesmas. Fiz imensos amigos e fui à maior parte dos museus gratuitamente através da página de instagram smartinsiders, que tem imensas dicas e ajuda imenso na integração nesta cidade enorme.
Quero também aconselhar a que façam o cartão de transportes online 15 dias antes de irem e peçam que seja entregue na vossa habitação “madrilena”. No início do semestre, tem uma fila maior do que a da loja do Andante e a marcação por horário é difícil de agendar. O custo do cartão é de 4€ e a mensalidade de 8€. Este cartão permite-vos deslocar por toda a área de Madrid, possibilitando que conheçam zonas como Toledo e Majadahonda.
É realmente uma cidade que nunca dorme e, pessoalmente, achei-a muito segura. Há sempre coisas para fazer quer de noite, quer de dia, não há um único dia que seja uma seca, nem ao domingo!
Apelo então para que não deixem nada por fazer, não tenham vergonha e não se contenham. Cada oportunidade que deixamos passar por receio de errar é uma experiência que nunca será vivida. Por isso, é essencial agir sem medos, abraçando o desconhecido! Se eu pudesse, estaria neste momento a beber um chocolate quente no famoso “Cappuccino” em frente ao parque do Retiro.
Inês Novais
Espaço Erasmus
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