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Grupo de Esquerda Progressista: a supressão de uma lacuna política na FDUP

  • Foto do escritor: Ana Picado
    Ana Picado
  • 20 de mai. de 2024
  • 3 min de leitura

A politização dos mais jovens é um dos temas mais discutidos na sociedade, dada a necessidade de renovar os quadros partidários e cultivar neles o conhecimento e interesse político. Com o crescimento dos ideais extremistas, e a consequente simplificação de temáticas extremamente complexas por parte de quem os encabeça, urge cultivar o debate informado e aprofundado. 


Feita esta introdução, cabe ao Jornal Tribuna dar a conhecer o novo grupo académico criado na Faculdade de Direito da Universidade do Porto: o Grupo de Esquerda Progressista (GEPFDUP), que nasceu em março de 2024,  como resultado de uma evolução política ao nível dos grupos académicos. Depois do Núcleo de Estudantes Liberais da FDUP (NELFDUP) e do Núcleo de estudantes sociais democratas da FDUP (NESD-FDUP), o Grupo de Esquerda Progressista vem ocupar um espaço político, até agora vazio. 


Na perspetiva de melhor conhecer este novo grupo, decidimos contactar, diretamente, alguns dos seus fundadores, nomeadamente Patrícia Carido, João Gil e Diogo Lamego. Quanto à razão que originou o interesse na sua criação, Patrícia Carido (estudante de 2.º ano da Licenciatura em Direito) explica que “O GEP surgiu pela necessidade de representação de alunos de esquerda na FDUP. Já existiam na faculdade núcleos de estudantes partidários, contudo, deixavam de parte um número elevado de estudantes. Não havia melhor altura para criar o GEP como nos 50 anos do 25 de abril, momento em que se torna mais que necessário relembrar os valores associados a este dia.”. Confirmando esta ideia, Diogo Lamego (estudante de 2º ano da Licenciatura em Direito) reafirma que “atualmente, em Portugal e pela Europa, assiste-se a uma onda saudosista do passado, passado esse que nos marcou pela perseguição a minorias étnicas e trabalhadores revoltados.”. Destes dois testemunhos retira-se a importância de os estudantes identificarem as lacunas na comunidade académica e de as preencherem com projetos inovadores, que vêm permitir o envolvimento político de um maior número de pessoas.


Tratando-se de um novo núcleo, interessa à comunidade compreender quais são os tipos de projetos e iniciativas que pretende dinamizar na Academia. A propósito, um dos seus primeiros eventos, intitulado de “O preço do saber”, consistiu num importante debate acerca da temática da propina e de todas as suas vertentes. Tendo em vista o seu enriquecimento, realizou-se um inquérito com o objetivo de  recolher opiniões dos estudantes, de forma a compreender como é que a propina afeta diariamente o seu acesso ao Ensino Superior. Sobre a relevância dos debates para a atuação do GEPFDUP, Diogo Lamego aponta como objetivo o de levar aos estudantes “não apenas debates teóricos, endereçados por quotes ou referências teóricas aos grandes pensadores da Política. Quero debates, e outros tipos de eventos, que me mostrem a realidade estudantil.”.


A intervenção política é também um dos pilares de atuação do GEFDUP, pelo que João Gil (estudante de 2.º ano da Licenciatura em Direito) conta que “temos ainda reunido com partidos com assento parlamentar, de forma a comunicar e representar diretamente os interesses dos mais jovens através do nosso grupo. Nas ruas, temos travado algumas lutas que achamos de extrema importância, através da presença em manifestações e protestos.”. Sendo as redes sociais um dos mais importantes meios de divulgação e partilha de informações, e tendo em vista um alargamento da sua presença além do mundo estudantil, o núcleo mostra-se muito interessado em utilizar a sua plataforma digital para a sensibilização e promoção de várias temáticas.


Questionados quanto ao motivo da sua integração neste novo grupo académico, os três fundadores apresentaram ideias muito semelhantes. Mais concretamente, Patrícia Carido explica:  “desde nova que me preocupo com temas como a ecologia, a igualdade de género, entre outros temas contemporâneos, e, por isso, vi no GEP uma oportunidade não só de defender e partilhar aquilo em que acredito, mas também de aprender mais.”, sendo esta ideia também partilhada por João Gil, que vê no grupo um espaço para “desconstruir certas temáticas menos apelativas ao nosso interesse”.


Conclui-se, por isso, pela essencialidade de grupos académicos que reconheçam, como o GEPFDUP,  a necessidade de sensibilizar os jovens para a política, através da criação de espaços abertos ao debate e discussão. São estas iniciativas que nos tornam, enquanto parte integrante da comunidade académica, mais fortes e prontos para a realidade que nos espera.


Ana Picado

Departamento Mundo Universitário

 
 
 

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