No passado dia quinze deste mês foi inaugurada a tradicional “Semana Cultural da AEFDUP”, evento que se propôs a proporcionar aos estudantes da nossa Faculdade cinco dias cheios de cultura e animação. Para abrir a programação desta semana, realizou-se um debate em parceria com a Sociedade de Debates da Universidade do Porto no edifício da Faculdade.
Este debate opôs duas equipas de três elementos, sendo lançado o repto de se discutir a temática do Multiculturalismo, perante um mundo cada vez mais “junto” que traz vários desafios. A moção posta em cima da mesa era a seguinte: “esta Casa acredita que os programas curriculares no ensino obrigatório devem ativamente promover o respeito pelo multiculturalismo”.
O lado do Governo tinha como objetivo defender a moção, baseando-se no argumento de que é necessário contactar com várias mundividências e de que a aceitação do que é nosso não implica a exclusão do que é dos outros. Para além disto, referiram que deve haver inclusão, nas aulas de História, das contribuições de todos os povos que já nos deram algo e nos tornam quem somos, de modo a percebermos que somos uma soma de culturas. Acrescentaram ainda que a ideia de multiculturalismo se trata de uma atitude e não de um fenómeno, tendo de ser promovido e, para isso, tem de haver um consenso que só se alcança através de um diálogo com conhecimento das várias perspetivas.
A bancada da Oposição, por seu turno, refutou os argumentos do Governo abordando a questão dos efeitos negativos desta medida nos pais e nos setores mais conservadores da sociedade, aumentando o extremismo de direita - que já se vem a verificar -, referindo, como exemplo, as controvérsias associadas à disciplina de Educação para a Cidadania. Levantaram, por fim, o argumento da falta de preparação dos professores para lidar com as temáticas associadas ao multiculturalismo e a ausência de currículos rígidos, fatores que dificultam uma boa aplicação prática da ideia.
Terminado o debate, estava reposto o clima de convívio e de descontração que antecedeu o confronto aceso de ideias, mas pairava, acima de tudo, um sentimento de desafio superado, perante a dificuldade de construir argumentos em tão pouco tempo e defender alguns com os quais não concordamos. Fica a esperança de que mais atividades como esta, que proporcionam experiências diferentes à comunidade estudantil, sejam organizadas.
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