Na última reunião do Comité Central, foi decidida a retirada de Jerónimo de Sousa da posição de Secretário-Geral, sob proposta do mesmo.
Segundo a nota do gabinete de imprensa do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa, “no prosseguimento de uma avaliação própria, reflectindo sobre a sua situação de saúde e as exigências correspondentes às responsabilidades que assume, colocou a questão da sua substituição nas funções que desempenha, mantendo-se como membro do Comité Central”.
No próximo sábado, o Comité Central votará a proposta de eleição de Paulo Raimundo para Secretário-geral do partido.
Paulo Raimundo tem 46 anos e é pai de três filhos, sendo natural de Beja. Desde a sua escola secundária tem participado no movimento associativo, a partir das Associação de Estudantes. Ocupou várias profissões ao longo da sua vida, tais como padeiro, carpinteiro e animador cultural. Na sua passagem como animador cultural, trabalhou com crianças da Bela Vista, conciliando este trabalho social com a atividade partidária.
Aderiu à Juventude Comunista Portuguesa em 1991. Em 1995 passou ao quadro de funcionários da JCP. É membro do Partido desde 1994 e funcionário do Partido desde 2004. Foi membro da Direção Nacional, da Comissão Política e do Secretariado da JCP.
No campo da vida política, este foi eleito para a Assembleia Municipal de Setúbal.
Na perspetiva de Jerónimo de Sousa, Paulo Raimundo será a escolha certa para o Partido, sendo capaz de corresponder às exigências da atualidade.
Paulo Raimundo, conforme a nota do Gabinete de Imprensa, “associa qualidades humanas próprias a uma experiência densa e diversificada, um trabalho político em múltiplas áreas de organização e intervenção”, nomeadamente nas áreas da juventude e sindical.
Aproveita-se esta notícia para se fazer uma correção à comunicação social. Jerónimo de Sousa não abandonou a liderança do partido, uma vez que a liderança da estrutura nacional está entregue ao Comité Central. A liderança do PCP não é personalista, estando relacionada aos princípios do centralismo democrático. Os órgãos de comunicação tanto tentaram adivinhar o sucessor de Jerónimo de Sousa, como falharam, comprovando, mais uma vez, que a organização interna do PCP não é entregue a espetáculos políticos.
Diogo Lamego
Departamento Sociedade
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