Pensa Lá Nisso: Abril
- Departamento Fazer Pensar
- 6 de mai. de 2023
- 3 min de leitura
Comerias um atum feito em laboratório?
Cada vez estamos mais perto de um consumo de proteína animal sem a necessidade de fazer animais sofrer, sem a necessidade de nos enchermos de microplásticos e sem poluirmos cada vez mais a atmosfera e os oceanos.
A agricultura celular, que consiste na colheita, multiplicação e estruturação de células animais, já é uma realidade para os consumidores em Singapura. Nos Estados Unidos, as autoridades avançam para regulamentar o setor. Na União Europeia ainda não existiu um pedido de aprovação destes novos alimentos, mas várias empresas desenvolvem pesquisas com apoios comunitários e nacionais.
Em Portugal, a startup Cell4Food dedica-se à aquacultura celular, já venceu o Prémio da Inovação Expo Fish e tem um protocolo de investigação com a Universidade dos Açores.
Quando estas opções alimentares estiverem nas prateleiras dos supermercados, estaremos prontos para elas?
Guilherme Alexandre
Departamento Fazer Pensar
Que limites colocar à Inteligência Artificial?
Há pouco tempo andou a circular pela internet uma imagem do Papa Francisco com um casaco nada característico da Igreja católica. Todos achamos graça e talvez até nos questionamos se era verdade. Não era. Foi uma imagem gerada pela Inteligência Artificial Midjourney. Tal desinformação em relação ao vestuário do Papa devia levar-nos a pensar nos limites da Inteligência Artificial, ou melhor, se devem existir limites. A verdade é que estamos a avançar cada vez mais até uma época em que a inteligência artificial vai estar presente em todas as áreas e, por isso, devemos pensar enquanto comunidade em como queremos vê-la utilizada. Se para o alastrar das fake news e facilidade da mentira ou para uma maior eficiência de variados serviços das demais áreas. Também é pertinente pensar em qual será o papel do Direito num futuro próximo no qual haverá a necessidade de ser proativo na defesa da verdade e contra a desinformação de qualquer tipo.
Inês Gomes Barbosa Departamento Fazer Pensar
Pós 25 de Abril de 1974, como anda a democracia em Portugal [e no mundo]?
A revolução dos cravos, aquela que trouxe a Portugal a democracia e a liberdade.
O dia que ninguém esquece e, através do qual, nos devemos lembrar de que estes valores não podem ser dados como adquiridos. Precisamos lutar e trabalhar na sua manutenção. Será Portugal um país tão democrático quanto pensamos?
Segundo dados do Democracy Index 2022, Portugal classifica-se no 28.º lugar como sendo uma “democracia com falhas”. Este estudo conta com 5 categorias pontuadas de 0 a 10. No caso português, as categorias com menor pontuação são: a cultura política e a participação política. É de notar que a maioria dos países da Europa Ocidental se classifica como “democracia plena”.
Os dados retirados deste estudo levam-nos a concluir que a democracia se mantém em constante ameaça a nível mundial. Há vários regimes totalitários em vigor e vários países que apesar de democráticos, vêm as suas democracias a enfraquecer.
Diana Reis
Departamento Fazer Pensar
A Queima das Fitas e o seu Cartaz
Avizinha-se mais uma semana académica! É ainda abril, porém, a Queima das Fitas já está bem presente nas nossas mentes. Está a chegar mais uma semana que promete sempre ser de total diversão e distração para os estudantes. Ainda assim, algo para o qual pretendo atentar é para o próprio cartaz da queima das fitas e para a desproporcionalidade do mesmo no que concerne ao número de artistas masculinos e de artistas femininos. Apenas três mulheres num cartaz que se alonga por sete dias? Pese embora atribua um ênfase à Queima das Fitas do Porto, talvez por ser a minha cidade, poderia abordar qualquer outro cartaz, já conhecido, de outra festa académica. Isto porque a verdade é que a indústria musical está completa de mulheres cujo talento é vasto. Seria um desafio tão complexo explorar tal facto e permitir uma maior representação das mulheres no presente cartaz?
Maria João Pereira
Departamento Fazer Pensar
Homofobia na Europa?
Em muitos países do mundo, as relações homossexuais são consideradas crimes e, por isso, são punidos aqueles que mantêm relações homoafetivas.
Contudo, o Parlamento do Uganda decidiu ir mais longe e aprovou uma lei que pune aqueles que simplesmente se identificam como lésbicas, gays, bissexuais, transexuais ou com qualquer orientação sexual ou identidade de género que fuja do padrão hétero-cisgénero.
Tendo isso em consideração, o Parlamento Europeu discutiu a atual situação no Uganda, procurando aprovar uma resolução que apele à descriminalização universal da homossexualidade e da identidade transgénero, assim como fazer pressão ao presidente ugandês de modo a não ser promulgada esta nova lei.
Contudo, após a discussão, cerca de 100 dos eurodeputados pareceram não se importar com a gravidade da situação, porque ou se abstiveram ou votaram contra esta resolução que promove os direitos LGBTQ+.
Será mesmo verdade quando dizem que a Europa não é homofóbica, quando uma parcela considerável dos representantes dos cidadãos europeus pouco se importou com os direitos dessas minorias? Não parece, não de todo.
David Savignon
Departamento Fazer Pensar
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