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Pensa Lá Nisso: Maio

  • Foto do escritor: Departamento Fazer Pensar
    Departamento Fazer Pensar
  • 27 de mai. de 2023
  • 3 min de leitura

O Caso Galamba e o xadrez de Marcelo


Após sobreviver a diversas polémicas passadas e alcançar a posição de Ministro das Infraestruturas, uma série de acontecimentos relativos à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a TAP fez despoletar a demissão de João Galamba, pedida por vários setores da sociedade, partidos e até pelo Presidente da República.


António Costa, numa postura de desafio ao Chefe de Estado, rejeitou a demissão do Ministro. Perante isto, muitos esperavam que Marcelo Rebelo de Sousa demitisse o Governo ou convocasse eleições antecipadas para o Parlamento mas, em nome da estabilidade e do interesse nacional, este prometeu apenas maior vigilância ao Governo.


A opinião pública especula, e faz bem em refletir. Quererá Marcelo Rebelo de Sousa que o Primeiro Ministro seja responsável por tudo o que acontecer até ao fim do seu mandato? Quererá deixar que o Partido Socialista “arda em lume brando” enquanto diversas facções pedem remodelação do executivo e estudam um ataque à liderança interna do PS? Ou estará preocupado com a interrupção da Comissão Parlamentar de Inquérito, que tanto promete desvendar?


Apesar dos possíveis interesses ocultos do Presidente, ou da genuína preocupação com a estabilidade, todos reconhecem que a credibilidade do Governo está numa situação “deplorável” e que a democracia tem perdido qualidade após cada escândalo.


Enquanto cada um dos políticos joga o seu xadrez, o natural é que continuem a ser sacrificados os peões. Pensemos nisso.


Guilherme Alexandre

Coordenador do Fazer Pensar


O rei e o seu reino


Carlos III subiu finalmente ao trono aos seus 74 anos. Pompa, cerimónia, extravagância e…muito dinheiro gasto. De acordo com a imprensa britânica, a grandiosa cerimónia que contou com 2200 convidados custou cerca de 100 milhões de libras (cerca de 113 milhões de euros). Apenas eu acho este valor ridículo? Não, alguns britânicos também o acham. Especialmente em relação ao timing. Há inflação e crise, o custo de vida a aumentar a olhos vistos, cada vez mais britânicos a passar dificuldades, e há uma festa para celebrar um homem e uma família já bastante ricos. O problema destes milhões gastos? São dos cofres públicos, da população, basicamente. E para além de ser uma festa paga pelas pessoas, à família real não é exigido o pagamento dos impostos dos comuns mortais. O que seria, aliás, desastroso para Carlos, já que “perderia” cerca de 40% da fortuna herdada pela mãe.


Tendo isto em vista, importa pensar se a monarquia faz sentido no século XXI. Quais deveriam ser as prioridades do Estado? Qual é a legitimidade, hoje, da monarquia? As pessoas, o povo, quer continuar assim? Revê-se e aceita a existência de uma família “superior”? Pensemos lá nisso!


Inês Gomes Barbosa

Redatora do Fazer Pensar



Lei da Eutanásia: “A Assembleia confirma, o presidente promulga”


Estas foram as palavras do Presidente da República após a confirmação, com 129 votos a favor, 81 contra e 1 abstenção, que aconteceu no dia 12/05/2023, do diploma sobre a morte medicamente assistida.


É já a quinta vez que este diploma é votado e enviado ao chefe de Estado para promulgação, mas ao contrário do que aconteceu até aqui, agora, a promulgação é obrigatória, segundo a Constituição da República Portuguesa.


A Assembleia da República confirmou com a devida maioria, mas os partidos dividem-se nas suas reações: os deputados do PSD mostram-se dispostos a fazer um pedido de fiscalização sucessiva da lei, o PCP e Chega reiteram a sua oposição ao referido diploma e concretizam que a criação de uma rede de cuidados paliativos é prioritária, por seu lado, a IL defende que se deve aprovar o diploma e que as dúvidas de Marcelo Rebelo de Sousa serão esclarecidas na fase de regulamentação, posição, aliás, defendida também pelo o Bloco de Esquerda. Por último, o PS, nas palavras da deputada Isabel Moreira, defende que “…respeitar e consagrar o direito à autodeterminação da morte também é cumprir Abril”.


Tal como acontece na Assembleia da República, também a sociedade portuguesa se divide quanto a este tema, mas, a meu ver, a consagração pela lei de um tema tão sensível abre discussões, importantes, sem dúvida, mas a questão é: o que é para cada um viver com dignidade? É necessário não pensarmos no outro através do nosso ponto de vista de vida e entender que existem tantas perspectivas e necessidades quantas pessoas há no mundo. Pensem bem nisso.


Diana Reis

Redatora do Fazer Pensar


 
 
 

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