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Pistol: o despertar da banda que acordou o mundo

A série sobre a banda cujo objetivo não era o sucesso no mundo da música, mas sim espalhar uma mensagem: a revolta da juventude.



No dia 31 de maio de 2022, Pistol é uma minissérie que conta a história de como os Sex Pistols, uma banda de músicos que não sabia tocar ou cantar, conseguiu tornar-se num dos marcos mais importantes da história da música.

Pistol conta com Anson Boon, Toby Wallace, Louis Partridge e Jacob Slater, nos papéis de Johnny Rotten, Steve Jones, Sid Vicious e Paul Cook, respetivamente. Estes foram os quatro membros mais emblemáticos da banda.

Pistol é inspirada na obra Lonely Boy: Tales from a Sex Pistol, da autoria de Steve Jones, o ex-guitarrista da banda. Ao longo dos 6 episódios desta minissérie, é contado o percurso destes jovens, desde o momento em que ainda não respondiam pelo nome Sex Pistols até ao segundo em que decidiram pisar o palco pela última vez.

Na década de 70, o Reino Unido apresentava a maior taxa de desemprego desde a II Guerra Mundial, assim como um governo conservador. Perante este cenário, os Sex Pistols acreditavam que não havia futuro para jovens como eles, dadas as dificuldades económicas que o país enfrentava. Assim sendo, o objetivo desta banda era provocar uma revolução neste país que estava até então “adormecido”. Citando Steve Jones, em Pistol: We're going to kick this country awake, if it kills us!

Estes quatro músicos, se é que assim se pode chamar, pretendiam demonstrar “a fúria da geração esquecida”, sendo esta geração os jovens, descritos pelos Sex Pistol como sendo invisíveis, revoltados e aborrecidos.

É esta imagem dos jovens revoltados e que exigem uma revolução que acompanha os Sex Pistols ao longo da sua carreira. Esta fúria e ânsia de mudança dá início ao movimento punk no Reino Unido.

O que torna os Sex Pistols tão únicos é o facto de, apesar de serem uma banda, o seu objetivo não era o sucesso no mundo da música, mas sim espalhar uma mensagem: a revolta da juventude. Citando mais uma vez Steve Jones em Pistol: Actually, we´re not into music. We´re into chaos. Os Sex Pistols são descritos como “a banda mais perigosa do planeta” e mantêm-se fiéis a este lema.

Um outro facto impressionante sobre os Sex Pistols é que apenas estiveram juntos durante 3 anos e foi o suficiente para conseguirem causar um impacto que ainda hoje se sente, nomeadamente em tudo aquilo que diz respeito ao movimento punk.

E porquê falar agora dos Sex Pistols? Porquê agora uma minissérie a contar uma história que se passou à 50 anos atrás?

Porque a história é cíclica e está a repetir-se. Talvez não da mesma forma, mas é evidente que os jovens estão cansados de estar calados e acham que chegou o momento de começarem a agir.

Quando somos jovens, pensamos que conseguimos fazer qualquer coisa e ninguém nos pode culpar por isso. Os nossos pais passaram toda a nossa infância a contar-nos histórias cujo fim mais comum era “e viveram felizes para sempre” e é isso que estamos a tentar atingir: a felicidade.

Mas ser jovem é estar aborrecido, já que poucos são os que confiam plenamente em nós para fazer algo verdadeiramente importante e nós temos tantas capacidades à espera de serem aproveitadas.

Ser jovem é sentirmo-nos discriminados quando alguém presta mais atenção à data de nascimento do nosso Cartão de Cidadão do que aquilo que verdadeiramente somos.

Ser jovem é ser impaciente, porque já esperamos demasiado. Ser jovem é estar chateado, porque ninguém nos ouve. Ser jovem é amar e odiar tudo ao mesmo tempo.

Mas, mais do que tudo isto, ser jovem é ter paixão pelo aquilo que fazemos, porque, se não quiséssemos saber, não estaríamos tão revoltados.

O problema é que a maioria de nós jovens temos o hábito de reclamar daquilo que não gostamos e não passamos disso, não fazemos nada para mudar. Por este motivo, é que Pistol é tão importante neste momento, para relembrar a esta geração, ansiosa por derrubar estereótipos e mudar mentalidades, que não basta dizerem que não aceitam a realidade tal como ela é.

E foi este o compromisso dos Sex Pistols para com o resto mundo: não se ficarem apenas pelo não aceitar, mas sim por mudar o que os tornava a “geração revoltada”. É este o ensinamento que Pistol nos pretende transmitir: assim como os Sex Pistols, não devemos ficar parados a assistir aquilo que não toleramos, mas sim fazer algo para o mudar, ainda que isso implique começar uma revolução.


Eunice Galvão

Dentro do Tribuna


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