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Foto do escritorMartina Pereira

RECEITA CULTURAL PARA OS MALES DO PRIMEIRO MÊS DO ANO

(OU 4 FORMAS DE SUPORTAR MAIS FACILMENTE A PIOR ÉPOCA DO SEMESTRE)


Desde que entramos na faculdade que o mês de dezembro deixa de ter um gosto especial a Natal — a canela, açúcar, a frutos secos ou a chocolate, dependendo das preferências — para passar a ter um gosto de algum stress e ansiedade de antecipação de um mês de avaliações, que cedo começam e tarde terminam, que marcará o início do ano vindouro. Bem assim, se janeiro já é um mês longo — quiçá o mais longo e demorado do ano —, quando conjugado com exames, torna-se, com relativa facilidade, num desafio difícil de gerir (ao contrário dos doces de Natal, porque esses são bastante fáceis de (in)gerir).


Todos sabemos que os momentos de ânsia e de estudo intenso que caracterizam este mês são difíceis de compaginar com outras atividades — mas, para o bem da sanidade mental de cada um, é importante fazer com que não seja impossível estabelecer esse balanço: isto é, no meio de todos os dias preenchidos com doutrina, jurisprudência, dose razoável de café e tinta de sublinhadores, é preciso encontrar um feixe de luz, uma claraboia, que nos relembre da nossa condição de humanos e não de autómatos.


Por esse motivo, o que aqui me traz hoje é a tão simples tarefa de recomendar e sugerir alguns pedacinhos de cultura para inserir nos horários ocupados dos estudantes espalhados por essas bibliotecas (ou quartos, salas, cafés, o que seja) fora, a dar o seu melhor para ultrapassar com sucesso as semanas mais exigentes do primeiro mês do ano.

  • VER (OU REVER) UMA SIT-COM

É uma verdade universalmente sabida: estudar durante muito tempo seguido não faz bem a ninguém. Aliás, a ciência comprova que os níveis de concentração e memorização vão diminuindo ao longo das horas, pelo que é importante inserir na to-do list um espaço para pausas e intervalos. Além de satisfazer necessidades básicas, hidratação, alimentação e passagem por uma rede social qualquer, estas pausas são perfeitas para inserir um episódio de uma sit-com. Porquê? Desde logo porque os episódios costumam ter entre 20 a 30 minutos — perfeito para uma pausa. Além disso, são séries descontraídas, nem sempre viciantes, que servem para fazer rir e relaxar o espectador — os ingredientes perfeitos para um mês em que tudo o que precisamos é de ânimo e força para continuar.


Eis alguns exemplos de séries para te fazer companhia no mês de janeiro:

  • Friends

  • The Office

  • How I Met Your Mother

  • Seinfeld

  • Modern Family

  • Brooklyn 99


  • CRIAR UMA PLAYLIST MOTIVACIONAL

A quantidade de artistas que dedicou a sua vida a produzir músicas com letras motivacionais e inspiracionais não merece ser ignorada – sobretudo num mês em que essa dose de serotonina é especialmente requerida.


Quem nunca precisou de um incentivo exterior para conseguir estudar mais um bocadinho? Quem nunca precisou de motivação no caminho para a Faculdade antes de um exame? Quem nunca precisou de alguém que o consolasse depois de um exame que correu menos bem? Quem nunca precisou de ouvir a Hannah Montana a dizer “Everybody makes mistakes / Everybody has those days” e “And if I mess it up sometimes / Nobody's perfect”?


Já todos estivemos numa situação dessas — ou, pelo menos, em situação semelhante. E, por isso, também todos sabemos que estes momentos menos bons, de maior desmotivação, incerteza, questionamentos internos e crises existenciais, merecem uma dose de boa música (e de inspirações e expirações) que, de alguma forma, nos reconforte e ampare dessa realidade menos boa.


Criar uma playlist motivacional ou reconfortante, que sirva como amortecedor dessas fases mais cabisbaixas do mês, é uma forma de conseguir uma trajetória mais coesa e sã: será uma fonte inesgotável de energia, motivação e serotonina. Quem sabe alguns destes títulos seja um incentivo a começar:

  • “Relax, Take It Easy”, MIKA

  • “Dog Days Are Over”, Florence + The Machine

  • “Hard Times”, Paramore

  • “Keep Your Head Up”, Ben Howard

  • “Another Day Of Sun”, Elenco de La La Land (2016)

  • “Don’t Stop Me Now”, Queen

  • “Keep Holding On”, Avril Lavigne

  • “Have It All”, Jason Mraz


  • (RE)VER UM FILME FAVORITO

Para alguns, tirar 2 ou 3 horas de um dia para ver um filme, a meio de uma época de exames, pode ser impensável – mas não devia. Não devia porque, num dia com 24 horas, em que 8 são para dormir, não podem as restantes 16 ser passadas, única e exclusivamente, numa secretária com papéis à frente. Tem que sobrar tempo para mais – incluindo, se for caso disso, para um filme.


Um filme favorito emana uma sensação de conforto, segurança, casa, que poucas coisas conseguem transmitir. Às vezes, é disso que se precisa – quer depois de um dia que não correu tão bem como esperávamos, quer quando precisamos de algum fôlego no meio do frenesim.

  • LER CONTOS E POESIA (E OUTROS LIVROS CURTOS)

Bem sei que grande parte do mês será passada a ler – apontamentos, livros, jurisprudência –, mas a leitura necessária pode não ofuscar a importância da leitura voluntária (talvez seja difícil, mas não impossível).


Como o tempo – e disposição – não abundam, talvez recomendar um romance de 500 páginas não seja sensato ou exequível, na prática. Em vez disso, é sempre possível optar por livros ou escritos mais curtos, como contos, novelas e poemas, que, pese embora tenham um cumprimento singelo, são capazes de desempenhar as funções que qualquer bom livro representa e fornece.


Além de conhecimento, transportam a capacidade de nos fazer abstrair da realidade e de, por isso, conseguir viajar até outras paragens, mesmo sem sairmos do lugar onde estamos. Eis algumas sugestões:

  • Contos de cães e maus lobos, Valter Hugo Mãe

  • Uma Escuridão Bonita, Ondjaki

  • Contos Escolhidos, Fernando Pessoa

  • Meias de Seda, Kate Chopin

  • Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança, Manuel António Pina

  • Mulheres de Abril, Maria Teresa Horta

  • Pedro, lembrando Inês, Nuno Júdice

  • Folhas Caídas, Almeida Garrett


Como desde logo se começou por dizer, os tempos que se avizinham serão atribulados. Serão, certamente, dias desafiantes a muitos níveis, com rotinas maçadoras, por vezes, demasiado repetitivas. E há que, dentro de alguma margem, quebrar esse estigma – é certo que a época de exames é formada por uma rotina cansativa de “acorda-estuda-come-estuda-dorme”, mas não podemos deixar de inserir, em algum ponto do nosso dia, algo que nos faça sentir humanos, e, em última análise, felizes. Seja a ver um filme da Disney, Harry Potter ou Friends, ou a fazer exercício físico, ou a ouvir o Mr. Worldwide a proferir um “This for everybody going through tough times / Believe me, been there, done that / But every day above ground is a great day, remember that”: o mês de janeiro é para estudar, mas não é para deixar de existir.


Uma base de estudo, boa música q.b., à mistura com exercício físico, uma pitada de cinema e literatura… assim se completa a receita para os males do primeiro mês do ano.


Aos nossos caloiros, bem-vindos à época de exames, it sucks! You’re gonna love it!

Aos antigos, só resta dizer: may the odds be ever in your favor.

A todos: não se esqueçam de dormir 8 horas por noite. Não se esqueçam de beber água. Não se esqueçam de fazer caminhadas. Não se esqueçam dos Códigos em casa. Não se esqueçam que são mais do que uma época de exames. Não se esqueçam de existir.


Boa época de exames!


Martina Pereira Departamento Cultural


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