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Foto do escritorDiogo Lamego

Rishi Sunak, o indiano rico, falido de memória

Rishi Sunak foi anunciado pelo Partido Conservador como sucessor da primeira-ministra cessante, Liz Truss.


Membro do Parlamento por Richmond, desde 2015, militante do Partido Conservador e Chanceler do Tesouro, durante o governo de Boris Johnson, Rishi Sunak sobe ao palanque da liderança do seu partido após a pequena crise interna que Liz Truss gerou devido ao insucesso das suas políticas económicas.


No seu “cadastro” político, contamos com a sua posição favorável ao Brexit, bem como o seu apoio ao antigo primeiro-ministro que veio a ser destronado com as suas discordâncias em relação à política económica do Reino Unido. Poderá ver as razões e fatores de discordância com mais rigor neste artigo: Linhas divisórias: as principais questões que Boris Johnson e Rishi Sunak discordam sobre | | Boris Johnson O Guardião (theguardian.com)


Ora, Rishi Sunak já afirmou inúmeras vezes ser um adepto das políticas de Margaret Tatcher que se pautaram por uma privatização do setor público e por uma redução da despesa do Estado, colocando várias famílias na realidade do desemprego e/ou na pobreza. Se analisarmoso Coeficiente de Gini – indicador que permite medir a desigualdade social de um determinado país – constatamos um aumento do seu valor entre os anos de 1979 e 1990, evoluindo de 0,25 para 0,34. Diz a estatística que vivem, no Reino Unido, cerca de 14 milhões de pessoas a viver na pobreza. Assim sendo, se o mentorando seguir a mentora, então prevê-se tormenta para quem está mal e bonança para quem está no meio da alta burguesia económica e financeira que beneficiará, de-certo, da liberalização do mercado e do conservadorismo fiscal.


@The National

Os seus antepassados sofreram à luz do colonialismo britânico, e o futuro primeiro-ministro apoia a mulher que corroborou internacionalmente com o Apartheid e com outros eventos/políticas que promoveram a discriminação das minorias.


É necessário abordar concretamente as ideias de Rishi Sunak. Na sua candidatura à liderança conservadora, defendeu o controle de imigração, prometendo acabar com a travessia de imigrantes no canal da Mancha - que, diga-se de passagem, não devem estar num cruzeiro, mas, provavelmente, a procurar desesperadamente melhores condições de vida -, bem como prometeu compactuar com a continuidade do programa de enviar imigrantes sem documentação para o Ruanda. A antropologia confere os ensinamentos necessários para concluir que o próximo primeiro-ministro não é de origem caucasiana. Apesar de ter nascido no Reino Unido, este descende de imigrantes indianos. A pergunta que se coloca é: O Reino Unido não deverá dar a mesma oportunidade a estes novos imigrantes, tal como deu a Rishi e à sua família? Qual será a diferença? A diferença é que a família de Rishi Sunak, provavelmente, teve tempo de formular a “papelada” e falar com o consulado com calma. Os imigrantes ilegais fogem da instabilidade política e social do Oriente Médio e da África do Norte.


Ademais, é necessário abordar, novamente, o apoio de Rishi Sunak a Tatcher quando os seus antepassados sofreram à luz do colonialismo britânico, e o futuro primeiro-ministro apoia a mulher que corroborou internacionalmente com o Apartheid ou com outros eventos/políticas que promoveram a discriminação das minorias.


Até podemos admitir que o atual líder conservador só apoia a Dama de Ferro pelas suas políticas económicas e que critica vários aspetos do seu governo. Bem, ainda não se ouviu o futuro primeiro-ministro a corroborar uma crítica ao governo segregacionista de Thatcher, bem como não podemos esquecer de salientar que, em alturas de crise, são as minorias que mais passam dificuldades.


Devemos também abordar o facto de que o Reino Unido, como todos nós, acabou de sair de uma crise pandémica e, devido a tal facto, várias famílias foram atiradas para a pobreza e para o desemprego e denotou-se uma ineficácia dos serviços de assistência social britânicos. Ademais, enfrenta um período “menos feliz” devido ao impacto da saída da União Europeia. Assim sendo, pergunta-se: A política de cortes nos serviços públicos será a mais eficiente?


Rishi Sunak apresenta-se a um Chefe de Estado que já defendeu o combate a vários problemas sociais emergentes do século XXI. Portanto, a pergunta que se coloca é: O conservadorismo e o pós-thatcherismo de Rishi apoiará os desejos políticos de Carlos III? A resposta a essa questão será respondida daqui a uns meses, isto é, se ele durar mais tempo do que a Liz Truss.



Diogo Lamego

Departamento Sociedade


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