SUGESTÕES CULTURAIS DE NATAL
- Departamento Cultural
- 19 de dez. de 2022
- 4 min de leitura
Last Christmas, we gave you… Uma reportagem, uma entrevista, um poema e uma lista de recomendações culturais natalícias. E, como o Natal é feito de tradições, um ano volvido, o Jornal Tribuna volta a celebrá-lo de forma especial. A juntar às recomendações passadas, bem como à playlist conjunta do Jornal, listamos, novamente, uma série de sugestões culturais que te vão ajudar a entrar no espírito festivo.
Cinderella de Prokofiev na Casa da Música

Depois de dois Natais muito condicionados pela pandemia, os concertos de Natal da Orquestra Sinfónica do Porto regressam à Sala Suggia com Cinderella (op.87) de Sergei Prokofiev.
Após o sucesso de Romeu e Julieta (1935), é cerca de 1941 que o último aluno de Rimsky-Korsakov começa a compôr este bailado, inspirado no conto Cendrillon de Charles Perrault. A composição de Cinderella, dedicada a Tchaikovsky, é interrompida em 1942 e finalizada apenas em 1944. Em novembro do ano seguinte, é apresentada no Bolshoi, em Moscovo, com uma coreografia de Rotislav Zakharov e um faustoso cenário de Nikolai Volkov.
Cinderella destaca-se pelo romance e comicidade da sua orquestração, na qual Prokofiev adota um estilo quase narrativo: veja-se o sarcasmo na ida das meias-irmãs para o baile , a antecipação e a ansiedade na preparação de Cinderella para o baile, o dramatismo ou tragicidade das doze badaladas , o frenetismo na busca do Príncipe pela dona do sapatinho de cristal ou ainda o romantismo do reencontro de Cinderella com o Príncipe Encantado .
Quase 80 anos depois da sua estreia, nos dias 16 e 17 de dezembro, a Orquestra Sinfónica do Porto, dirigida pela jovem maestrina búlgara Delyana Lazarova, traz-nos Cinderella, sem coreografia mas com narração de Raquel Couto. Os bilhetes começam nos 22 euros, sendo que os “Juniores” (menores de 30 anos) usufruem de um desconto de 50%.
Ana Neri Moreira
Noelle (2019), de Marc Lawrence (disponível na Disney+)

Em Noelle (2019), conhecemos o Pai Natal, a sua família e o frenesim da sua casa, o Polo Norte, na preparação do próximo Natal.
Entre estes agitados momentos, há que substituir o antigo barbudo, recentemente falecido, pelo seu filho que, contrariamente à irmã, Noelle (Anna Kendrick), não revela qualquer aptidão para carregar o espírito natalício através das milhões de chaminés espalhadas pelo mundo. Perante este impasse, o nosso recém-nomeado Pai Natal foge para o Arizona, levando a um pânico generalizado, apenas solucionado com uma viagem mirabolante de Noelle, na tentativa de o encontrar.
Quando pensamos no Pai Natal, pensamos, à imagem da Coca-Cola, num velhote de barbas, barrigudo, vestido de vermelho. E, enfim, este filme familiar serve para nos provar que estamos errados e que as nossas conceções enviesadas nem sempre nos permitem discorrer sobre algo que se afigura nitidamente diante de nós. Noelle é uma opção perfeita para esperar pela meia noite do dia 25 de dezembro — ou para colocar numa lista de filmes a ver até chegar a essa data.
Martina Pereira
The Muppet Christmas Carol (1992)

The Muppet Christmas Carol (1992) anda de mãos dadas com A Christmas Carol (1843). O conto secular ou a alegoria cristã (como se dirá noutro canto deste Jornal) de Charles Dickens, nestes moldes, alia-se aos Muppets de Brian Henson.
O quotidiano de Ebenezer Scrooge, um velho homem de negócios da capitalista sociedade londrina, é retratado, agora, de forma burlesca, surrealista, absurda e humorística, condenando a sua ganância e arrogância, a sua crueldade e desumanidade, a sua sovinice e miséria.
Visitado por três Espíritos do Natal (do Passado, Presente e Futuro), o velho Scrooge é atormentado por uma realidade fantasmagórica — e, quem sabe, mais satírica que a de Charles… —, onde só a mudança lhe trará, do dia para a noite, a bonança. Com (ou sem) Muppets, perguntamo-nos: este Conto serve ainda o seu propósito?
Francisco Paredes
Little Women (2019), de Greta Gerwig

Embora não seja um filme natalício típico, a verdade é que Little Women cumpre um requisito obrigatório da quadra: emana conforto.
Esta sétima adaptação cinematográfica, de 2019, realizada por Greta Gerwig, e tendo por base o romance clássico de Louisa May Alcott, foca-se na vida de 4 irmãs: Jo, Meg, Amy e Beth. Acompanhamos a relação entre as irmãs e o seu crescimento, cada uma com os seus talentos, as suas ambições, os seus obstáculos e os seus amores. Mas este filme vai muito além disso. Retrata a generosidade e a bondade maravilhosamente; a tristeza de uma forma bastante sensível; e a injustiça num contexto em tudo contra a mulher.
O elenco é constituído por alguns dos mais aclamados e talentosos atores e atrizes da nossa geração, como Florence Pugh, Saoirse Ronan e Timothée Chalamet, que superaram as expectativas do público com as suas representações. Pode ser visto (ou revisto) na HBO, de preferência com uma manta e um chocolate quente numa caneca natalícia.
Inês Gomes Barbosa
Have yourself a merry little Christmas, na companhia das sugestões culturais de Natal do Jornal Tribuna.
“We've had our share of tears
Oh, my friends
We've had our hopes and fears
Oh, my friends
It's been a long hard year
But now it's Christmas
Yes, it's Christmas
Thank God it's Christmas”
(“Thank God It’s Christmas”, Queen, 1984).
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