A Noiva Cadáver (2005), Tim Burton
Um assombroso filme de um dos cineastas mais inventivos e originais da atualidade, Tim Burton.
A Noiva Cadáver, apesar de ser uma obra cinematográfica de animação no seu formato mais tradicional (stop motion), não tem como foco o público infantil. Quando Victor, um jovem que vai parar ao mundo subterrâneo faz um juramento acidental, vê-se obrigado a desposar uma misteriosa noiva falecida, enquanto a sua noiva real, Victoria, o espera no mundo dos vivos.
O mundo dos mortos revela-se, contudo, mais atraente e dinâmico do que o seu. Se os mortos parecem muito mais vivos do que aqueles cujo sangue lhes corre nas veias, para quê voltar ao “mundo de cima”?
Ganância, felicidade, amor e sedução, eis os conflitos propostos, embalados numa atmosfera mágica e divertida. Numa dança entre a vida ou a morte, esta longa-metragem é um verdadeiro deleite audiovisual, seja pela mestria da narração, seja pelas músicas marcantes ou pelo carisma das personagens.
Mariana Polido
Departamento Cultural
Scream (1996), Wes Craven & Kevin Williamson
Scream é um clássico dos ditos “Whodunit movies”. Nesta história somos convidados a acompanhar Sidney Prescott (Neve Campbell) e amigos, enquanto um assassino atormenta a cidade de Woodsboro com chamadas inoportunas e uma vontade inexplicável de falar sobre filmes de terror.
Um dos mais emblemáticos slashers de todos os tempos, Scream é, simultaneamente, uma das longas-metragens mais importantes naquilo que é a história do terror na sétima arte.
Numa época em que as produções de terror começavam a ser sombras de si mesmas, Kevin Williamson e Wes Craven juntam-se para refrescar as salas de cinema, trazendo aos aficionados um novo modo de assistir a este tipo de películas, marcado pela inteligência, a autoconsciência, o comentário satírico e as constantes alusões aos seus antecessores; isto ao mesmo tempo que criam uma icónica máscara de Halloween (Ghostface) e uma série de personagens cativantes.
Duarte Gomes
Departamento Cultural
The Others (2001), Alejandro Amenábar
A reinvenção da casa assombrada
O enredo da casa assombrada é, talvez, o primeiro que nos vem à cabeça quando pensamos num filme de terror: é simples e, para muitos, um conceito ultrapassado. Todavia, este não é o caso da obra de Alejandro Amenábar, que conseguiu reinventar radicalmente este género em declínio no seu primeiro filme falado em inglês.
Estamos em 1945, no pós-segunda guerra mundial, e uma mãe neurótica (interpretada por Nicole Kidman) encontra-se isolada numa mansão de estilo gótico, a cuidar dos seus dois filhos, que padecem de uma doença fotossensível, obrigando-os a permanecer na escuridão do seu lar. Porém, quando as crianças iniciam aparentes encontros sobrenaturais com uma suposta família de espíritos que ocupa a casa, toda a ordem estabelecida pela severa matriarca começa a cair por terra.
Neste filme, Amenábar redefine os limites e conceções sobre quem aterroriza quem numa casa assombrada, surpreendendo o público com uma inteligente e arrepiante reviravolta.
Beatriz Morgado
Departamento Cultural
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