Nova Luz de Pompeia em Roma
“Antes de procurar o Homem, é preciso encontrar a lanterna” é a citação de Nietzsche que introduz a exposição Nuova Luce da Pompeii a Roma (Nova Luz de Pompeia em Roma), que resulta do projeto de investigação multidisciplinar homónimo da Professora Doutora Ruth Bielfeldt, da Universidade Ludwig-Maximilian de Munique, em exibição nos Museus Capitolinos até ao final do ano.
Nas habitações da Roma Antiga, onde a luz natural escasseava, o fenómeno da iluminação artificial – com lamparinas – adquire uma dimensão antropológica, literária e estética. É deste tema, tão interessante como inesperado, que trata a exposição: enquadrando a iluminação como “uma forma de tecnologia essencial para a criação de comunidades humanas”, permite-nos um novo entendimento sobre as diversas esferas da vida – religião e festividade, família e erotismo, arte – na Roma Antiga, e, em particular, na cidade de Pompeia, de onde sobreviveu a larga maioria dos instrumentos de iluminação de que hoje temos conhecimento. Em exibição, encontramos mais de 150 objetos de bronze, como lamparinas, “candelabra” ou candeeiros com figura. Estes instrumentos eram, para os antigos, um deus, um artefacto e, acima de tudo, um fiel servente, “silente participante e confidente da vida humana”.
Ana Neri Moreira
Departamento Cultural
Horizon (1975) – álbum dos Carpenters
Provavelmente, já conhecem os “Carpenters” de grandes baladas melodramáticas e, à primeira vista, duvidar-se-ia que teriam a versatilidade necessária para alcançar novos voos, sem que o omnipresente sentimentalismo fosse o hook atrativo principal…
Ora, este esforço artístico de 1975 é de fácil escuta e, embora não seja o álbum mais coeso que poderia ser, foi claramente empregue uma tentativa de equilíbrio, como evidencia a perfeita simetria entre a primeira e a última track. É uma miscelânea de pop com introspecção, que talvez não devesse resultar, mas resulta!
Combina uma qualidade de produção revolucionária, atualíssima, podendo-se ouvir as mais delicadas gesticulações vocais, mesmo no meio de um operaticamente complexo e suave instrumental, com letras arrebatadoras e aparentemente simples, como na “I Can Dream, Can't I?”, que fazem deste clássico do género um must-listen para quem precise de espairecer durante uma eficaz meia-hora.
José Pedro Carvalho
Departamento Cultural
Pata de Ganso, Pedro Teixeira da Mota
No seu terceiro solo, o humorista Pedro Teixeira da Mota volta a encher algumas das mais emblemáticas salas do país, mostrando, novamente, o seu poderio sobre as bilheteiras.
Neste seu tão esperado regresso, o antigo capitão dos sub-14 do Belenenses Rugby traz-nos um novo e criativo texto, que aborda temas como conversas constrangedoras com o dealer, encontros caricatos com a polícia, o problema que é não perceber filmes e pensamentos intrusivos sobre estar a ficar igual ao pai.
O espetáculo, que conta com uma curta aparição de André Pinheiro e de um ganso, ou melhor, de meio ganso, é um programa perfeito para aqueles que procuram uma boa hora e meia de humor. Já o Pedrito, que, coitado, teve um problema na pata de ganso, mantém a sua coerência humorística e entrega-nos mais uma panóplia de momentos crazy.
Duarte Gomes
Departamento Cultural
The Crown – o bastão inglês que se recusa a quebrar
Após sete anos, cinco temporadas e três gerações de atores, The Crown, a famosa série da Netflix sobre a família real inglesa, chega finalmente ao fim. Este mês de novembro marca o início da sexta e última temporada e sinto que não poderia deixar de recomendar um rewatch de uma das mais icónicas e bem trabalhadas produções de sempre no que ao pequeno ecrã concerne.
Da coroação da rainha Isabel II ao famoso divórcio da Princesa Diana, já assistimos a inúmeros dramas e momentos históricos, tanto da família real como do próprio Reino Unido. Esta última temporada promete manter a qualidade a que estamos acostumados (algo cada vez mais raro na Netflix) e explorará a morte da Princesa Diana, o tumulto e as consequências que isso trouxe a um país dividido e cada vez mais desencantado com a monarquia.
“It is not a choice. It is a duty.” – quando o dever e a necessidade de representar uma instituição digna conflitua com a falibilidade do ser humano… o amor, a família e o propósito pessoal estarão sempre em causa.
José Santos
Departamento Cultural
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