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SUGESTÕES CULTURAIS DO MÊS DE DEZEMBRO


Triangle Of Sadness (2022), Ruben Östlund


Conduzido por Ruben Östlund, com Harris Dickinson, Charlbi Dean Kriek e Woody Harrelson no elenco, Triangle Of Sadness conquistou o Palme d'Or no Festival de Cannes em 2022, e tem sido comparado (possivelmente de forma injusta) a Parasite (Bong Joon-ho, 2019), vencedor do Oscar de Melhor Filme, em 2020.

Um casal de jovens modelos vai parar a um exuberante iate de um oligarca russo, onde contará com a companhia de um grupo de passageiros ilustres, formando-se um perfeito cenário “instagramável”até que deixa de o ser. Uma catástrofe, enjoos e outras reviravoltas levantam a questão: filho de peixe sabe nadar, mas conseguirá pescar?

A história do encontro entre um capitalista russo e um americano comunista, num iate de luxo, que originou Triangle Of Sadness, traduz-se, para o bem e para o mal, numa verdadeira “comédia dos tempos modernos” (ou, pelo menos, assim é publicitado).



Martina Pereira



Aftersun (2022), Charlotte Wells


Pai, onde pensavas que estarias quando tinhas 11 anos?” – esta é a questão sem resposta que vemos a pequena Sophie colocar por detrás da câmara de filmar, introduzindo o mistério no enredo.


Entre vídeos caseiros e enigmáticos instantes de flashfoward, Aftersun apresenta-nos as memórias que Sophie guarda das últimas férias passadas com o pai duas décadas antes, em Torremolinos. Com apenas 11 anos, a protagonista pinta uma imagem idealizada do seu jovem progenitor, que na verdade luta contra um estado depressivo, procurando disfarçá-lo no ambiente veraneante. Porém, após os primeiros banhos de sol, vemos a relação entre os dois tornar-se progressivamente tensa, enquanto Sophie faz as primeiras descobertas da pré-adolescência.


Um poderoso drama pai-filha escrito e realizado por Charlotte Wells, com performances excecionais dos seus protagonistas Paul Mescal (Normal People) e Frankie Corio. A mais recente pérola do cinema independente.


Clara Castro


The White Lotus: Castigat ridendo mores?


A arte sempre teve um cunho de intervenção social ao longo da história; o entretenimento e as séries, principalmente, mantêm essa tradição bastante viva. Ora, falar de The White Lotus é falar do renascer das sátiras ao mais alto nível: a vida dos ricos e poderosos explanada de forma crua, vil e estupendamente cómica.

Criada por Mike White, esta antologia – a série, apesar de manter a temática, muda (quase) por completo o seu elenco – serve de reminder a todos os pertencentes ao 1%: a sociedade não esquece. A maneira como consegue representar todos os quadrantes dos socialites, de forma hiperbólica e estereotipada, mas sem cair no ridículo, é única. Esta segunda temporada, decorrida na Itália, toca em assuntos da extrema relevância: a nova riqueza, a prostituição, a repressão da sexualidade, a inocência e a traição.

Sem grandes spoilers, mas com a vontade de vos poder contar mais, convido-vos a assistir a ambas temporadas (a primeira foi a mais premiada nos últimos Emmys) e a desfrutar enquanto rimos na possibilidade disso mudar o comportamento de quem se crê impune.

José Santos



Mimi Froes: “Com o fim deste ciclo um novo se abre”


Com um humor e delicadeza que lhe são característicos, Mariana “Mimi” Froes, encheu no passado dia 8 de dezembro, a sala de concertos do M.Ou.Co, um novo espaço cultural em Campanhã. Este concerto, que contou com a presença de Tiago Nacarato, foi o culminar da tour dos seus dois EPs Vamos Conversar, de outubro de 2020, e E a cantar de outubro de 2021. A estas 13 canções, no total, a Petiza ainda adicionou um cheirinho do seu próximo álbum, que já está pronto e já tem nome, revelou a autora de "Declarações de Meia Noite". Entre as canções do novo álbum apresentadas, Podes sempre regressar, escrita por Luísa Sobral sobre– como descreveu a Mimi– “Pai e Mãe, daqui a 3 semanas estou fora de casa” causou “fungadelas” um pouco por toda a sala.


Influenciada por Luísa e Salvador Sobral e por Miguel Araújo, as composições de Mimi Froes destacam-se pelo seu caráter intimista e a sua sonoridade muito particular, graças também à sua banda sublime. O percurso destes dois EPs chega então ao fim, mas consigo aproxima-se a chegada (finalmente!) de um primeiro álbum que, com certeza, dará direito a mais um artigo neste jornal. Esperamos ansiosamente, Mimi.


Ana Neri Moreira



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