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SUGESTÕES CULTURAIS PARA O DIA NACIONAL DO ESTUDANTE

  • Foto do escritor: Departamento Cultural
    Departamento Cultural
  • 24 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura

Desde 1987, celebra-se a 24 de março o Dia Nacional do Estudante. É um dia de celebração, luta e homenagem às dificuldades e aos obstáculos que os estudantes enfrentaram na crise académica dos anos 60: é uma data que visa enaltecer a luta estudantil pelo direito à educação e pela liberdade.


Neste dia 24 de março, o Departamento Cultural do Jornal Tribuna reuniu-se para deixar 4 sugestões culturais essenciais a qualquer estudante. De estudante, para estudante.


A temática “mestre-aprendiz” em Hollywood


Celebrar o Dia Internacional do Estudante é também um pretexto para relembrar o papel daqueles que foram e são os nossos mentores. Fica a sugestão de três clássicos de Hollywood “mestre-aprendiz”.


“Oh Captain, my Captain”, clamam do topo das suas secretárias os alunos de Mr. Keating em O Clube dos Poetas Mortos (1989). Este é talvez o filme-mor quando se trata de imaginar a “sala de aula” ideal, retratando o impacto que um professor com visão e espírito livre tem para sempre na vida dos seus alunos. Quantos de nós não ouviram pela primeira vez na voz de Robin Williams a eterna lição Carpe Diem?


O Bom Rebelde (1997) tem entre os seus protagonistas o mesmo ator, desta vez como psicólogo que tenta encaminhar o aluno-génio irreverente Will Hunting (Matt Damon). É sublime o monólogo de Sean Maguire (Robin Williams) que, sentado num banco de jardim, procura despertar a consciência do seu jovem paciente.


Já em Perfume de Mulher (1992), um tenente-coronel cego de temperamento difícil (Al Pacino) é forçado a aceitar um estudante como seu cuidador de fim-de-semana. O sacrifício que se anunciava ser o tempo passado a dois, rapidamente dá lugar a uma inusitada relação de amizade.


Filmes para ver e rever.

Clara Castro


Ética para Um Jovem, de Fernando Savater (1991)


E se um Professor Catedrático fizesse umas pequeníssimas páginas sobre Ética para transmitir informações de forma simples e prática ao seu filho adolescente e decidisse, mais tarde, publicá-las para que o público geral as lesse? Foi precisamente o que fez Fernando Savater: um dos mais aclamados filósofos do tempo contemporâneo decidiu publicar Ética para Um Jovem, que foi “pensado e escrito para que os adolescentes possam lê-lo (...) O seu objetivo não é fabricar cidadãos bem pensantes (nem muito menos que não pensem), mas estimular o desenvolvimento de livres pensadores”.


E é por isso que esta é uma sugestão indispensável para qualquer jovem (mesmo que já não seja um adolcescente!) estudante: é a prova de que é possível falar de coisas sérias a “brincar” ou num tom descontraído e até leviano, e que nada disso impede que fiquem gravadas na nossa memória de longo prazo alguns dos seus ensinamentos.


“Sabes qual é a única obrigação que temos nesta vida? Pois é a de não sermos imbecis.” (p. 83)


Martina Pereira,


A Revolta do Estudante – escolha ou destino?


Falar do Dia Nacional do Estudante e não recordar o Maio de ‘98 – com todo o seu peso histórico e cultural – é impossível. O Maio de ‘98 permitiu assegurar uma certeza no seio estudantil: os estudantes são livres e capazes de expressar-se e viver na plenitude das suas capacidades. Ora, Jean Paul Sartre expressou estas ideias melhor que ninguém e deixou-nos diversas obras e ensinamentos que qualquer estudante pode (e deve) acompanhar durante o seu percurso académico.


Dito isto, Os Dados Estão Lançados (a obra que merece um destaque particular nesta temática) é uma peça trágica de amor, mas propõe uma discussão superveniente sobre a complexidade do livre-arbítrio. Seremos realmente livres, ou o nosso futuro encontra-se predeterminado? Sartre, através de Pierre Dumaine e Ève Charlier, cria um universo onde os mortos convivem entre si no mesmo mundo que os vivos; e onde as nossas personagens principais são prontamente assassinadas e logo depois apresentadas no “registo civil” dos mortos. Aqui começa o romance que acabará em tragédia; e tudo por um simples normativo que permite uma segunda chance às pessoas “destinadas” a viverem juntas para sempre.

A mensagem de Sartre acaba por ser dolorosa, porque todos gostaríamos de acreditar que o Amor é mais forte que o próprio Destino. Mas quando tiramos o amor da equação, resta-nos uma reflexão sobre o Ser, a sua vontade de se revoltar contra as expectativas e desejos dos outros, para se afirmar no mundo, para ser dono de si mesmo. E, o que é um estudante, senão um revoltado por inerência?


José Santos


 
 
 

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