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Foto do escritorInês Barbosa

“Todas as coisas maravilhosas” é, de facto, uma coisa maravilhosa

Não me lembro bem se seria sábado ou domingo, mas sei que chovia muito. Isso não me impediu, porém, de sair de casa e ir ver uma peça que há muito ansiava ao Hard Club, no Mercado Ferreira Borges. Ainda bem que a chuva não me parou pois posso dizer, com toda a certeza, que foi um dos espetáculos que mais me marcou em toda a minha (curta) vida.


Falo da peça denominada “Todas as coisas maravilhosas” interpretada por Ivo Canelas e escrita pelo britânico Duncan Macmillan (Every Brilliant Thing, no seu título original). Marcou-me de tal forma que depois de a ver, fui comprar o livro (escrito, claro, em forma de texto dramático) e emocionei-me all over again ao longo das páginas. Ivo Canelas tem uma performance genial onde, num momento inicial, incorpora uma criança que se vê obrigada a lidar com as tentativas de suicídio da sua mãe. Acompanhamos o crescimento e as diferentes etapas da vida dessa mesma criança, depois adulta. Acompanhamos também a lista que esta criança, depois adulta, vai redigindo com motivos, dos mais simples aos mais complexos, para estar vivo, melhor, para se gostar de estar vivo - a lista de todas as coisas maravilhosas. O público é, durante a peça, chamado a intervir em diferentes momentos, sendo esta particularidade parte do porquê desta uma hora e meia ser tão especial. A outra parte deve-se, inquestionavelmente, à sensibilidade, quer de Macmillan como de Ivo Canelas, na forma como tratam de assuntos como a saúde mental, o amor, a depressão e a família. A forma como trata a vida, no fundo.


Mal acabou, saí da sala com a vontade de levar toda a gente que conhecia a ver aquela obra de arte, mas a sessão que eu tinha acabado de ver seria a última no Porto (e penso que no país), e por isso a memória acabou por ficar apenas para mim. Felicidade a minha quando vi que iria voltar a estar em cena! Tristeza a minha quando vi que seria apenas em Lisboa e Coimbra! Se tiverem oportunidade de a ver em algum destes lugares, não pensem duas vezes! A peça irá estar em cena em Lisboa no Estúdio Time Out, de 3 a 29 de janeiro, e em Coimbra no Convento São Francisco nos dias 4 e 5 de fevereiro. Ainda tenho esperança de que irá voltar a passar pelo Porto, e se assim for, espero conseguir voltar a vê-la, desta vez, definitivamente, acompanhada. Estejam atentos também, e se tiverem a oportunidade, não a percam, garanto-vos que não se vão arrepender!


@Margarida Rodrigues

Inês Gomes Barbosa

Departamento Fazer Pensar


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