Em 1950 Alan Turing publica “Can machines think?”, onde define pela primeira vez inteligência artificial como sendo “a ciência de fazer máquinas fazer coisas que requerem inteligência se feitas pelo homem”. Turing, o pai fundador da inteligência artificial, não foi o primeiro a fazer esta pergunta, mas foi o primeiro a aplicá-la na prática.
"There is no single definition of AI that is universally accepted by practitioners. Some define AI loosely as a computerized system that exhibits behavior that is commonly thought of as requiring intelligence. Others define AI as a system capable of rationally solving complex problems or taking appropriate actions to achieve its goals in whatever real world circumstances it encounters."
(Preparing for the Future of Artificial Intelligence, NTSC,2016.)
Atualmente vivemos no período conhecido como a “primavera da inteligência artificial”, iniciado no final dos 2010’s, período marcado pela expansão e aprofundamento dos ramos do machine learning e do deep learning acompanhados do lançamento do OpenAI em 2016 com o “Universe” e em 2018 com o lançamento do ChatGPT, e subsequente popularização e desenvolvimento destes “chatbots” nos 2020’s.
Mas o que é o OpenAI?
O OpenAI foi fundado em dezembro de 2015 como uma organização sem fins lucrativos, dedicada a pesquisar e avançar tecnologia de inteligência artificial.Foi fundada por Sam Altman, Greg Brockman, Ilya Sutskever e Elon Musk, assim como um consorte de técnicos e empresários.A missão do OpenAI era avançar e desenvolver a inteligência artificial de tal maneira que beneficiaria a humanidade como um todo.
Em 2021 a OpenAI lançou o DALL-E e o Codex, apesar de ambos terem grande significância quando se trata de avanços na geração de imagens e código através de inputs dados por linguagem natural, foi com o lançamento em 2022 do ChatGPT que o OpenAI sedimentou o seu lugar como a “ponta de lança” da “primavera da inteligência artificial”, ao lançar um produto capaz de inquietar quase todas as indústrias: A base de dados do ChatGPT, desenvolvidacom AGI (Artificial General Intelligence – Inteligência Artificial Geral), veio levantar inquietações quanto à capacidade do chatbot vir a substituir respostas humanas em vários setores, desde medicina ao direito, e, eventualmente, vir a substituir um segmento da força laboral humana.
Neste preciso momento, os educadores e as escolas continuam a procurar as melhores maneiras de utilizar o ChatGPT para maximizar a aprendizagem dos seus estudantes, mas mantendo em conta e alertando para a utilização de chatbots como o ChatGPT não como “copilotos”, mas para fazer os trabalhos dos estudantes na íntegra.
Devemos considerar os perigos da capacidade do OpenAI de “cuspir” imagens geradas por inteligência artificial e a sua utilização desenfreada, que se mostra perigosa para subsistência dos artistas trabalhadores que procuram desenfreadamente maneiras de proteger os seus trabalhos de serem, sem o seu consentimento, utilizados em datasets de ferramentas de AI como o DALL-E.
Quanto aos freelancers, um estudo de Xiang Hui, Oren Reshef e Luofeng Zhou revelou que o ChatGPT levou a um decréscimo de 2% no número de empregos como designers gráficos e copywriters, além de uma queda de 5,2% quanto aos rendimentos mensais, tendo o ChatGPTafetado negativamente de forma mais óbvia os freelancers com maior volume de trabalho e com mais experiência.
A utilização de inteligência artificial está ainda relacionada com layoffs na indústria que a criou.
Neste preciso momento, não conseguimos fugir da inteligência artificial, a sua presença tem vindo a crescer nas redes sociais através de conteúdos gerados por AI. Além disso, a inteligência artificial tem ainda feito manchetes internacionais e nas redes sociais podemos ver inúmeras figuras proeminentes do setor tecnológico a “cantar” as inúmeras possibilidades dadas pela inteligência artificial. No entanto, devemos ter em consideração que, apesar do OpenAI ter iniciado a corrida moderna da inteligência artificial, o caminho por eles iniciado ainda é longo.
Filipa Santos
Departamento Sociedade
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