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Foto do escritorCatarina Silva

Vagas Especiais para os Alunos Mais Pobres

Todas as universidades e politécnicos vão ter vagas extras para os alunos mais pobres já no próximo ano letivo.


Ainda que voluntário, o programa teve a adesão de todas as instituições do ensino superior. Para o governo, esta participação é demonstrativa da “importância que é atribuída a este novo mecanismo de equidade social”.


@Jornal Expresso


Os potenciais beneficiários são alunos que pertencem ao 1.º escalão do abono de família. No entanto, não serão todos, nem sequer a maioria, mas apenas os melhores alunos entre os alunos mais pobres que terão esta vantagem. São 2% das vagas, o que representa, aproximadamente, 2 vagas por curso.


Nos cursos com notas de acesso mais elevadas, a percentagem de estudantes com bolsas de estudo é muito reduzida. António de Sousa Pereira, reitor da Universidade do Porto, afirma que este contingente prioritário para os alunos mais carenciados permitirá “compensar alguma injustiça que existe no acesso ao ensino superior”.


Estudos demonstram que a condição socioeconómica é um dos fatores que mais promove a desigualdade no acesso e na permanência dos estudantes no ensino universitário.


Em Portugal, a pobreza continua a limitar o sucesso académico. A situação de privação em que os indivíduos crescem condiciona, em princípio, as suas oportunidades de vida, contribuindo para antecipar a sua saída da escola.


Observa-se, assim, uma transmissão intergeracional da pobreza, ou seja, se alguém nasceu numa família pobre tem uma probabilidade muito elevada de também ser pobre.


O contexto social e familiar em que cada estudante está inserido condiciona o seu desempenho escolar e, por sua vez, a sua entrada na faculdade. Os alunos mais desfavorecidos têm, por exemplo, menos possibilidades de pagar explicações e menos condições para estudar em casa, entre outros aspetos que afetam o seu rendimento escolar.


Logo, não obstante a dedicação e o esforço que podem ter para ultrapassar essas dificuldades, estes alunos não se encontram, à partida, no mesmo patamar de estudantes com mais apoio económico e com os quais concorrem para os mesmos cursos.


Neste sentido, um dos objetivos deste projeto é permitir que os alunos mais carenciados tenham um futuro melhor do que aquele que tiveram os seus pais e avós.


Este programa visa promover, deste modo, a equidade e a justiça no ensino. É através da educação que os jovens podem escapar da pobreza. Para isto ser possível, não podemos ignorar as discrepâncias na aprendizagem dos estudantes e os obstáculos que impedem alguns de desenvolver plenamente as suas capacidades e prosseguir estudos no ensino superior.


Catarina Silva

Departamento Mundo Universitário



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