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Foto do escritorJornal Tribuna

WRAP-UP DE NOVEMBRO

Outubro de 2022, o mês mais quente de sempre na Europa

As temperaturas médias ficaram quase 2 graus Celsius acima do período de referência, 1991-2020, de acordo com os registos do Copernicus, Programa de Observação da Terra da União Europeia. O continente europeu é o que regista um aquecimento mais rápido no planeta, com um aumento das temperaturas de mais do dobro da média global. A par desta situação, está também a decorrer a COP 27 (Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas), até ao dia 18 de novembro, em Sharm-el-Sheik, no Egito, para tentar travar as consequências do aquecimento global.


@Copernicus

Isabel Lobo


Os palestinianos continuam a ser detidos pelas forças israelitas


A 9 de novembro era noticiado, pela agência Wafa, a detenção de 18 palestinianos pela mão de Israel, na região da Cisjordânia. No entanto, o abuso da força do Estado não se fica apenas por algumas detenções, sendo que estas são, por vezes, assistidas pela família dos detidos e as suas casas são saqueadas. Além disso, uma jovem foi ferida na coxa e tratada de urgência no hospital.

@Yousef Munayyer, The Nation

Em muitas outras províncias, assistiu-se à detenção ilegal de palestinianos, legitimida pelo Estado Marcial que Israel impõe a 3 milhões de palestinianos, tendo os comandantes militares sionistas amplos poderes políticos. Segundo a mesma agência: “A prisão em massa de palestinos não é novidade. De acordo com um relatório de 2017 da Addameer, nos últimos 50 anos, mais de 800.000 palestinos foram presos ou detidos por Israel, estima-se que esse número esteja próximo de 1 milhão. Isso significa que cerca de 40% dos homens e meninos palestinos que vivem sob ocupação militar foram privados de sua liberdade. Quase todas as famílias palestinas sofreram a prisão de um ente querido.”


Sonho com uma Palestina livre e em Paz”, Lula da Silva


Diogo Lamego


Um encontro de gigantes


A cimeira do G20 decorre entre os dias 15 e 16 de novembro; porém, o mais interessante desta reunião poderá acontecer nos bastidores da mesma. Tanto a Casa Branca como o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirmaram que Joe Biden e Xi Jinping se irão reunir na próxima segunda-feira. Este será o primeiro encontro entre Biden e o seu homólogo chinês desde que o Presidente americano tomou posse. O encontro é marcado pela tensão crescente entre as duas superpotências, sendo que a posição dos dois países é diametralmente oposta em vários temas, como a invasão russa da Ucrânia, a questão de Taiwan e os direitos humanos.

@Willy Kurniawan

André Góis


Recandidatura de Donald Trump à Casa Branca: “Orgulhosamente só


Na noite da passada terça-feira, dia 15 de novembro, o ex-presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, anunciou a sua recandidatura à presidência da Casa Branca, nas eleições presidenciais de 2024. Este comunicado, que veio a confirmar aquilo que já era esperado do magnata nova-iorquino, assinala a terceira vez que Trump participa na corrida pela presidência. Apesar desta informação não ser novidade para aqueles que se mantiveram atentos às notícias nos últimos tempos, existem algumas particularidades deste discurso de recandidatura que devem ser mencionadas, nomeadamente os apelos contra o voto antecipado e por correio, algo que nos transporta para a campanha anti-voto à distância levada a cabo por Trump e pela sua Administração nas presidenciais de 2020 contra Joe Biden. É de notar que esta candidatura surge numa altura conturbada para o Partido Republicano, já que estes não conseguiram concretizar a tal “onda vermelha” (domínio dos órgãos de soberania pelo Partido Republicano) que tanto prometeram. Assim, ainda envolvido em várias investigações criminais e depois de ter passado por dois processos de destituição, Donald Trump afirma-se enquanto candidato republicano para as eleições de 2024, de costas voltadas para o partido, orgulhosamente só.

@Jonathan Ernst

Beatriz Morgado


Afeganistão volta a aplicar sanções corporais


No Afeganistão, no passado dia 13 de novembro, o líder supremo dos talibãs ordenou que os juízes aplicassem, para “crimes graves”, as penas de acordo com a lei islâmica (Sharia). Isto significa que, por crimes como roubo, rapto, adultério, acusação falsa de adultério, consumo de álcool, rebelião, crimes com violência ou ameaças, podemos ver ser aplicadas sanções como execuções públicas, apedrejamentos, flagelações e até amputação de membros.


Os talibãs, de regresso ao poder desde agosto de 2021 (20 anos depois de terem sido depostos pelos EUA, na sequência dos ataques de 11 de setembro), asseguraram vir a ser mais flexíveis na aplicação da lei Sharia; no entanto, têm adotado uma interpretação rigorosa da mesma, tendo vindo a restringir progressivamente os direitos dos afegãos (essencialmente os das mulheres).

@Ali Khara

Sofia Ferreira


SEF encerra bar de alterne no Porto. Identificadas 25 mulheres em situação de exploração sexual.


O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) encerrou um bar de alterne no Porto, por via de mandado judicial. Num comunicado divulgado no dia 13 de Novembro, o SEF esclarece que se tratava de um bar gerido por um grupo criminoso que auxiliava a imigração ilegal com vista à "exploração sexual de cidadãs estrangeiras". O esquema operava a partir dum armazém composto por "quartos exíguos, sem luz natural, construídos em material pré-fabricado", que serviriam de alojamento. No âmbito deste processo, foram constituídos dois arguidos de cidadania portuguesa e identificadas 25 mulheres em situação de exploração sexual - três destas foram "alvo de procedimento para afastamento imediato de território português".

@Global Imagens

José Miguel

(Antigo Acordo Ortográfico)


Os Acordos de Pretória e a esperança de paz duradoura entre a Etiópia e o Tigré


No dia 2 de novembro, em Pretória, o governo da Etiópia e a Frente Popular de Libertação do Tigré (FPLT) assinaram um acordo de paz, pondo fim ao conflito armado que opôs o governo de Addis Ababa, com o apoio da Eritreia, à FPLT e ao Exército de Libertação Oromo, ambos braços paramilitares de dois dos partidos que formaram a coligação etno-federalista que governou a Etiópia desde o fim da Guerra Civil, em 1991, até à eleição do atual primeiro-ministro, Abiy Ahmed Ali, em 2018.

Desde o início do conflito, a 3 de novembro de 2020, o país foi avassalado por uma devastadora crise humanitária, que terá levado a quase 3 milhões de deslocados internos, mais de 875 mil refugiados e um número de mortes que, dependendo das estimativas, poderá estar entre os 385 e 800 mil. À carestia resultante da guerra somou-se a seca extrema e uma infestação de gafanhotos, resultando na maior crise alimentar de 1985 e que, só no mês passado, terá vitimado 400 a 900 pessoas por dia.

@Yeshiel Panchia

No acordo, mediado pela União Africana, as partes acordaram na “cessação permanente das hostilidades” (desde bombardeamentos aéreos e minas terrestres, ao discurso de ódio étnico). Medidas concretas incluíram a criação de uma linha telefónica para denúncias anónimas de crimes de guerra (em especial o uso de crianças-soldado e violência sexual contra a mulher), de um corredor humanitário (não só para organizações como a Cruz Vermelha e Médicos Sem Fronteiras, mas também para agências humanitárias que visam reunir famílias separadas pela guerra) e a constituição de um tribunal de crimes de guerra (à semelhança do TPIR, o tribunal ad hoc criado para julgar os perpetradores do genocídio do Ruanda).

O processo de desarmamento e abertura humanitária começou oficialmente a 15 de novembro, com a Declaração de Nairobi, que criou um comité de monitorização. Nesse mesmo dia, pela primeira vez desde agosto, a Cruz Vermelha conseguiu fazer chegar medicamentos à capital tigré de Mekelle, e o Banco da Etiópia retomou serviços na região fustigada pela guerra.


Hugo Almeida


FRANCISCO LARANJO (1955-2022)


Francisco Laranjo nasceu em Lamego, Viseu, em 1955. Em 1978, concluiu o curso de Artes Plásticas-Pintura pela Escola de Belas Artes do Porto. Tendo sido um dos grandes nomes das Artes Plásticas em Portugal nas últimas décadas, as salas de exposição na Holanda, Bélgica, Alemanha, Canadá, Índia, China e Brasil tiveram a honra de expor as suas obras. Depois de mais de vinte anos como professor catedrático, entre 2008 e 2014 foi Diretor da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Em 2015, foi agraciado com a Ordem da Instrução Pública pelo Presidente da República e, em 2022, foi-lhe atribuído o título de Professor Emérito pelo Senado da Universidade do Porto, depois de se ter aposentado. O Professor Francisco Laranjo, que planeava uma nova exposição no Porto para 2023, faleceu no passado dia 16 de novembro. É relembrado como “um dos mais aclamados artistas portugueses a nível internacional”.

@Franciscolaranjo.com

Departamento Sociedade

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