Dentro do mundo do Erasmus+ cabem inúmeras iniciativas, oportunidades e opções de vida para os jovens Europeus e para jovens de países parceiros. Desde estudar no estrangeiro, a fazer voluntariado durante meses ou até a fazer cursos informais especializados para trabalhadores da juventude, existe uma experiência adequada à vontade e necessidade de cada um.
Para os mais jovens que não estejam ainda preparados para compromissos de longo prazo, mas que querem sentir a vivência europeia e conhecer outras culturas e pessoas, existem os Youth Exchanges (Intercâmbios Juvenis), que combinam a educação informal, a criação de amizades e um ambiente de festa intercultural constante.
As despesas de transporte, alojamento e alimentação são suportadas pela Comissão Europeia e existem diversas organizações em cada país que facilitam a participação nestes projetos, considerando a adequação de cada participante ao projeto a que se candidata. O tempo mínimo para um projeto são 5 dias e o máximo 21, e as idades têm que se compreender entre os 13 e os 30 anos, ainda que cada projeto possa delimitar esta vertente, considerando os objetivos e tema.
A participação nestas oportunidades é reconhecida com um Youthpass que atesta as competências adquiridas, mitigando as desvantagens que a educação informal mantém face à educação formal.
A participação tem aumentado apesar da fraca divulgação destas oportunidades: alguns anúncios de órgãos da UE e partilhas de amigos sociais verificam-se como os maiores veículos desta informação. Em Portugal, passamos de 14 iniciativas entre 2014 e 2017, inclusive, para 38 entre 2018 e 2020. Ou seja, mais do dobro das iniciativas num menor período de tempo, sendo parte dele afetado por uma pandemia global.
Segundo o relatório anual, em 2020, e apesar da pandemia, o número de participantes em Youth Exchanges alcançou quase 180 mil. Ainda assim, apenas cerca de 30% dos projetos candidatos são aprovados, o que demonstra que, com maior financiamento e informação, podem ser alcançados ainda melhores resultados.
É importante salientar os resultados macro que se alcançam: milhões de jovens, que talvez não estivessem preparados ou desejassem estudar fora do país, ganham ainda assim uma consciência europeia, estando em contacto com colegas de outros países e construindo amizades além fronteiras. Quem sabe, depois de um intercâmbio, não considerem maiores graus de envolvimento ou experiências mais avançadas?
O aprofundamento da União Europeia e da sua cidadania estão presentes e dinamizam-se de tantas formas que se torna difícil acompanhar, mas que garante, também por isso, oportunidades para todos os jovens que as procuram. Já se ouve em conversas na Universidade do Porto, em debates de jovens e até nas televisões: «somos nós e os europeus ou nós, os europeus?».
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